Sentimento de possível realização daquilo que se deseja, confiança, fé, aquilo ou aquele de que se espera algo. Estas são algumas das ideias que podem expressar a palavra esperança. O sentimento deveria acompanhar a palavra, mas nem sempre é assim. Nós nos sentimos diferentes da palavra que pronunciamos e nem sempre a usamos em seu restrito sentido. O que vale, porém, é o que estamos sentindo, desde que o outro compreenda o que dizemos, senão nos tornamos um eremita de nossa solidão ou um enclausurado dos nossos sentimentos. Esperança não é esperar, é agir. Agir contra o tempo, contra a doença, contra a injustiça, contra o mal-entendido, contra o desaforo, contra o modismo, contra um punhado de coisas que nos deixa subtraídos em nossa ordem pessoal, que desafia imoralmente as nossas convicções e nos deixa deprimidos conosco por não termos reagido. Esperança é fé no que se faz, senão não faça. Esperança não é esperar, porque quem espera nunca alcança, é alcançado. Esperança é esperançar, é se animar consigo e com o outro, por isso se age. O provável, o desejável, aguarda-se, espera-se; não é esperançoso. Esperançar e animar. Ânimo e esperança caminham juntos. Um se complementa no outro. Animar-se é se manifestar em desejo, vontade, determinação diante do perigo ou do sofrimento; coragem, decisão, espírito pensante, alma. A alma da esperança é o ânimo e o seu espírito é apreciado em suas realizações. A submissão às paixões só pode ser o livre-arbítrio. Esperança é fé não submissa, a não ser na razão. A razão busca a Deus. A esperança e a razão são irmãs que não se submetem às paixões, porque têm na razão a prática da virtude que não permite a mente humana a ser escrava das paixões. Esperança é a virtude em ação. A esperança é virtuosa, porque possui ou pratica a virtude. Tem qualidade moral, produz efeito, é a prática do bem em consequência de, em razão de. Por isso a esperança se exercita na prática do bem. A esperança é translúcida para o bem. Para o benquerer, benquisto, no que traz bem-estar para o ente querido, de modo bom, com paz e disposição. A esperança sem esses predicados é falsa em sua ternura de espera, é confiança no não desejável, é realização que não complementa a alma e alimenta o espírito de remorsos submetendo-o as paixões, aos vícios que em nada alegra, porque só traz o prazer. A alegria independe da ação ou de um objeto para se realizar, enquanto que o prazer é a dependência. No entanto, a esperança não desconsidera o livre arbítrio. 2012 é uma verdade que já está posta à espera das respostas do futuro que se avizinha a partir de agora. Viveremos as respostas dos dias vividos antes e, assim, construindo as futuras respostas. Nada se encerra em si, tudo se reverbera no tempo e no espaço. Nada lhe passa despercebido, uma hora você se revela. Que 2013 esteja em conformidade às suas revelações.