Escrevi e é pra valer: não falarei (ou escreverei) mais sobre a dengue. Se antes muito falei e escrevi foi por ainda ter em mim o espírito de ser médico e preocupar-me com a saúde do gênero humano – aqui e além. Meu amigo Borjão conserva em seu interior a forte e corajosa combatividade familiar, e buscou apontar o caminho que eu havia sugerid o combate do mosquito por via da pulverização aérea. Isto incomodou muito os órgãos e estruturas da nossa saúde municipal. Uma defesa que apresentaram seria a proibição de pulverizar um determinado “veneno” rural perigoso para a saúde humana. Para eles e a estrutura pública isto condenaria a pulverização aérea e o mundo calou a boca. Em meu pensamento e notícia primária isto foi interpretação ridícula de quem não sabe o que fazer e quer se defender. Significa apenas: vamos continuar bombando fumacê por onde e como for possível. Não interessa ver que o surto da dengue prossegue perigoso e alastrante: daqui a um ou dois meses a mosquitada entra em reclusão, e com ela a dengue vai desaparecer!... Bem, minha jovem Sula, empregada doméstica, faltou 15 dias, está numa draga de saúde que não lhe permite trabalhar – como miles de Sulas e Sulos desta cidade. A doença não acabou, esta é a verdade a ser reconhecida. Isto posto, renovo aos donos do poder: o fumacê é lento e cheio de obstáculos físicos à sua penetração. Com meu raciocínio simples, ao sugerir pulverização aérea da cidade não sugeri aquela droga proibida com que responderam ao combativo Borjão. Jogo sempre simples e rasteiro, pensei sempre em trocar o fumacê pelo avião – não por outro e perigoso inseticida. Se o fumacê é inofensivo e jogado apenas por portas e algumas janelas ou ruas... por que não usar o seu veneno inofensivo aos humanos por via aérea? A rapidez e a abrangência desta droga seriam incomparáveis. Agora, senhores da Saúde e do poder: se julgarem que o fumacê é perigoso para a saúde humana ele realmente não poderá ser pulverizado por avião... e muito menos pela via limitada de ruas e casas. Não há como fugir a esta realidade e evidência. Doralice, minha cozinheira, concordou e até melhorou este raciocíni o fumacê aéreo não conhece limites, vaza frentes, fundos e desocupados ou proibitivos. Como no título, esta é a última. Se o caso for para briga, dou procuração para o Borjão – a sua família é melhor neste assunto.
(*) Médico e pecuarista