A industrialização é um fenômeno de âmbito universal. Países desenvolvidos
A industrialização é um fenômeno de âmbito universal. Países desenvolvidos são países industrializados. Subdesenvolvidos são os não industrializados. Hoje, o crescimento industrial não é mais uma área geográfica, não é mais horizontal. O que interessa ao capitalismo dominante e industrial é o próprio espírito do homem. Criou-se o que se chama “sociedade de consumo”. O que interessa ao mundo econômico é vender. É fazer com que seus produtos sejam consumidos. Mas, para vender bem, foi preciso penetrar no domínio interior do homem e criar necessidades de fazer com que seus produtos fossem consumidos. Criar necessidades de tal ou tal produto, derramar no interior do homem as mercadorias a serem consumidas.
Daí a importância da propaganda no mundo de hoje. Somos sufocados pelos anúncios, pelos chamados comerciais. Empurram-nos pelo espírito adentro as coisas mais estranhas: marcas de cigarro, de bebidas, de cremes para a pele, de sabonetes, de carros e assim por diante. De tanto repetir, acabam por nos convencer. Ou então atingem nosso inconsciente, inclusive subliminarmente. Assim, na hora da escolha de um produto, seus nomes afloram automaticamente em nosso consciente.
A sociedade de consumo, aos poucos, nos destrói. Primeiramente nos escraviza, criando em nós uma “segunda natureza”, isto é, uma necessidade incontrolável de adquirir produtos, de comprar, comprar, comprar. Em segundo lugar, o que é pior, nos envenena e mata aos poucos.
Sempre fui fraco em física e química. Nunca fui além de cinco, o suficiente para não ser bombardeado. Se cometer erros no que vou dizer, que um químico me escreva e corrija.
No tempo do calor, nada melhor que um sorvete ou um refrigerante. Pois bem, vejam o que estamos comendo ou bebendo. Numa garrafa de guaraná não há uma gota sequer daquela planta amazônica que se chama guaraná. É só química. Idem para qualquer tipo de refrigerante, alguns altamente nocivos. O sabor de baunilha é dado pelo piperohal, que é usado também para matar piolhos.
Poderia falar ainda sobre um punhado de coisas, mas não há espaço. Termino deixando para o leitor uma citação de um cientista suíç “Antigamente o símbolo da morte era uma foice, hoje é um supermercado”.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro