10% das pessoas podem ter algum tipo de manifestação da hemocromatose
* 10% das pessoas podem ter algum tipo de manifestação da hemocromatose, a doença do excesso de ferro. A maioria das pessoas sabe que a carência de ferro provoca anemia, nesse caso denominada anemia ferropriva. Mas muita gente desconhece que o excesso desse mineral também pode ter efeitos nocivos à saúde, causando a hemocromatose, que deriva de uma predisposição do organismo para absorver ferro dos alimentos numa quantidade superior à necessária, o que leva ao acúmulo do mineral nas células e mudanças orgânicas patológicas: no fígado pode causar cirrose e até câncer; no pâncreas, diabetes; no coração, insuficiência cardíaca; nas glândulas, mau funcionamento e problemas na produção hormonal. O tipo mais frequente é a hemocromatose hereditária, relacionada principalmente à mutação de dois genes. Nos Estados Unidos é a doença genética mais comum.
Sintomas? Dores articulares, fadiga, dor abdominal, impotência, amnorreia (ausência de menstruação), depressão, perda de peso, queda de cabelo, arritmias, diabetes e hepatopatias (doenças do fígado). É assintomática e a maioria dos pacientes não ficará doente.
Diagnóstico? É feito, geralmente, por meio de simples exame de sangue, com dosagem de ferretina (limite normal até 150 ng/ml) e saturação de transferrina (limite normal de 40%). Mesmo dentro desses padrões, todo paciente com esses indicadores elevados devem ser investigados. Há outros recursos diagnósticos, como ressonância magnética com técnica especial para controle do ferro nos principais órgãos que estocam o mineral, que vêm ganhando importância, sobretudo para orientar o tratamento.
Tratamento? O mais comum é a sangria terapêutica (retirada de sangue como uma doação). Inicialmente, são feitas retiradas de uma a duas vezes por semana e depois mais espaçadamente. O ferro é um componente da hemoglobina, presente nas células vermelhas do sangue. Com a retirada do sangue, o ferro depositado nos tecidos migra para ajudar na formação de células vermelhas, reduzindo o excesso. Além disso, recomenda-se diminuir o consumo de vitaminas contendo vitamina C, que potencializa a absorção do mineral. O impacto desses elementos nos alimentos não costuma ser significativo. Diagnóstico e tratamento da hemocromatose são relativamente simples. Porém, é importante que sejam feitos a tempo, antes que a sobrecarga de ferro comprometa órgãos importantes, aí sim, podendo gerar graves problemas de saúde.
(*) Piscóloga clínica sandrasba@uol.com.br