A família brasileira está menor, mais fragmentada
* A família brasileira está menor, mais fragmentada e se organiza de forma muito mais diversa do que há dez ou vinte anos. Até 1900, os casais tinham 2,8 filhos, em média; 80% dos lares eram encabeçados por um homem, e a estrutura da família nuclear era, com raras exceções, a clássica: pai, mãe e filho. Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela algumas das mudanças por que passou o país desde 2000. Mudanças foram verificadas na vida privada dos brasileiros.
* O tamanho das famílias é a parte mais visível dessa transformação. Hoje, os domicílios abrigam, em média, apenas três pessoas. 15% delas são formadas por mulheres, que vivem com seus filhos, sem a presença dos pais das crianças. Essa população inclui as viúvas, mas é formada sobretudo por mulheres separadas e mães solteiras.
* As mulheres são chefes de famílias em 39% dos domicílios. Há dez anos, esse porcentual era de 27%.
* Em 8% das moradias há crianças que são filhos de apenas um dos cônjuges.
* Quase 7 milhões de imóveis ou 12% do total são habilitados por uma única pessoa. Esse percentual era de 9%.
* Casais gays ocupam 60.000 residências - 0,1% do total.
* A porcentagem de uniões consensuais, os casamentos informais, subiu de 29% para 36%.
* O IBGE também constatou um salto no número de pessoas que vivem sozinhas. Há uma década, os solitários eram 4 milhões, responsáveis por 9% das casas. Hoje, são 7 milhões, o que totaliza 12% dos domicílios do Brasil.
* Em 60.000 casas, moradores declararam que ali vivia um casal de homossexuais. O número representa 0,1% do total de domicílios do país.
* A taxa de analfabetismo finalmente deixará de ser um problema. Hoje, 10% da população é analfabeta, mas um corte estatístico relativiza essa informação. Se, acima dos 65 anos de idade, o analfabetismo assola 29% das pessoas, dos 10 aos 14, apenas 4% não sabem ler e escrever.
* A coleta de lixo, atualmente atende 87% dos domicílios do país. É melhor que o índice de 79% registrado anteriormente. Na coleta de esgoto, a situação é pior. 62% dos lares brasileiros tinham acesso à rede de tubulações ou, ao menos, a uma fossa séptica. Uma década mais tarde, o número não passa de 67%.
(*) Piscóloga clínica