Existem muitos pastores que cuidam de ovelhas, mas nem todos eles têm a dimensão do grande Pastor, Jesus Cristo. Há pastores falsos, sem compromisso e desconectados da missão assumida. É pena que isso aconteça, porque as ovelhas ficam prejudicadas e desestimuladas para prosseguir seu caminho. Perdem o rumo e não encontram mais força e objetivos a perseguir.
O bom pastor normalmente tem uma estatura, uma dimensão que marca sua fidelidade ao rebanho, porque está a serviço dele. Onde está o rebanho deve ali estar o pastor, doando sua vida por ele. O mau pastor é explorador, porque suga energias e potencialidade de quem ele cuida. De certa forma, ele rouba das ovelhas a esperança e o seu encanto próprio do cotidiano.
Deus não compactua com a ação dos maus pastores. Aliás, Ele os chama de mercenários, infiéis e mal-intencionados. O bom pastor é vocacionado para a missão, porque ele tem uma força dentro de si, dada pelo Espírito Santo, porque age em nome de Jesus Cristo. Todo líder religioso deve agir como pastor e proporcionar condição de vida para os seus assistidos.
Não é fácil dar a vida pelas ovelhas. Isso exige muito desprendimento e autenticidade de quem o faz. Exige também estatura, o que pode ser entendido como testemunho de vida, de sinal positivo para animar a trajetória de quem é auxiliado. A estatura de Jesus ultrapassa todas as nossas potencialidades. Ele é modelo de Pastor e Nele podemos encontrar motivações para o nosso pastoreio.
Tanto nas Igrejas como no Estado, seus líderes, sejam religiosos ou políticos, são pastores do povo. As dimensões são diferentes, mas os compromissos exigem responsabilidade. É lamentável encontrar maus pastores em ambos os casos. Com isso a história vai sendo mal construída e deixando muito a desejar. As consequências são sempre desastrosas para todos.
Todo pastor enfrenta riscos em sua missão. Nem tudo é fácil de ser construído, porque exige determinação e ação coerente, que seja feito com responsabilidade. A sociedade brasileira está convivendo com crises por todos os lados. Isso significa que nossos gestores não estão seguindo os princípios de fidelidade que seus ofícios exigem. É hora de encontrar novos pastores com compromissos mais claros.
(*) Arcebispo de Uberaba