A gloriosa Fia decidiu banir a lei que proíbe o jogo de equipe. Até aí não há nada de mais se pensarmos que o presidente da federação é Jean Told. O homem que foi cúmplice de Schumacher durante anos, e um dos mentores desse tipo de manobras, descaradamente. Impunidade. A dupla entendeu na época que, por serem da Ferrari, tudo poderia ser feito e perdoado. Realmente chegaram a esse ponto, até o fatídico GP da Áustria de 2002. Aquele dia, pela primeira vez, o público vaiou o resultado controlado. A Fia entrou em campo para amenizar a situação. E assim foi criada uma lei difícil de ser fiscalizada. Correção. Foi a maneira que os cartolas encontraram de amenizar a opinião pública. Só que essa lei foi burlada várias vezes de 2002 para cá. Na maioria das vezes de maneira sutil. A mesma Ferrari repetiu a receita em 2003 e 2004; a Renault em 2005 e por aí vai. Os italianos que, mestres no assunto, repetiram em 2007. E até a Brawn em 2009. E o epílogo foi no GP da Alemanha deste ano. Mudanças. A verdade é que essa categoria sempre se valeu do jogo de equipe desde a época de Fangio. Mas antes, esse tipo de sujeira tinha como princípio apenas privilegiar uma equipe, não um piloto. Mas depois que Colin Chapmam introduziu o patrocínio na F1, tudo foi mudando aos poucos. E piorou depois que o “Verme” assumiu as rédeas desse esporte. $$$$$$. Depois do domínio de Bernie Ecclestone na categoria, o dinheiro e os interesses financeiros passaram a ter mais valor que o esporte. Não adianta o piloto ser bom ou ótimo, ele tem que ter um empresário que caia nas graças do “Verme” ou ter muita grana na bagagem. Algumas vezes tem que ter uma nacionalidade que pode trazer retorno aos bolsos do mandachuva. Exemplo. O “Verme” procura há anos um piloto norte-americano bom de braço, ele está sempre de olho no mercado dos EUA, mesmo estando em crise no momento. Também já tentou emplacar um piloto malaio. Agora tenta manter um russo na categoria, pois ano que vem teremos um GP na Rússia. Um indiano e um chinês devem estar vindo por aí, e assim vai.
Interesses. One tem gente disposta a pagar as quantias que Ecclestone pede, sempre haverão corridas e pilotos desses lugares. É claro que de Abu Dhabi e Bahrein isso poderá demorar mais. Mas a verdade é que fora esses pilotos de países estreantes e bons de bolso não têm sobrado espaços para bons pilotos de nações onde o Verme não vê bons retornos, como o Brasil. Estranho. A Fia eliminou um artigo que foi criado às pressas (39.1). Sendo assim, sujeiras como a da Alemanha podem não ser julgadas na hora do evento. Ao mesmo tempo, o artigo 151.c do Código Desportivo Internacional ainda existe. E reza que equipes e pilotos podem ser penalizados por conduta fraudulenta. Dois pesos e duas medidas. Se existe uma lei que proíbe a conduta fraudulenta e acabaram com outra que ia direto ao ponto, aparentemente a entidade vai criar é muita polêmica, quando ocorrerem essas situações de marmelada. Na prática, irão punir quem eles quiserem e quando quiserem. A meu ver, a Ferrari que adora essa prática, nunca vai ser punida pela dona Fia. Politicamente a Ferrari é a equipe de maior poder no grid.