Ao contrário de muita gente, sempre fui a favor de eleições. Não pensem que isso é escrito porque estamos em véspera das nossas eleições maiores, presidente, governadores e pessoal da arquibancada. Da mesma forma, sou a favor de eleições em clubes sociais e esportivos, entidades beneficentes, como Rotary, Lyons e assemelhados, até da nossa rinha de briga de galos e do xadrez. Melhor ainda, e facilitando a minha vida, não sou e nem sendo candidato a coisa nenhuma, fico bem à vontade para todas as atividades eleitorais.
Agora, porém, fujo do perigo e da crítica de ser mais um velho cínico e gozador. Pelo contrário, meus bons leitores, participo, vou votar. Já tenho dois caixotes de cerveja que ganhei na traiçoeira armaDilma que o Lula montou. Aliás, eram três, um dos apostadores mijou no barranco... tudo bem. Agora, para os que são mais jovens, ingênuos e despercebidos, de onde vem o meu atual e benéfico estado de espírito? Explico fácil, sem muitos exemplos. Aqui, em Uberaba, e no meu caminho da roça, existiam dois históricos trevos rodoviários, um na BR-050 (viva Brasília!) e outro na BR-262, ambos praticamente dentro da cidade. Periodicamente, em eleição pé-de-chinelo (vereadores e prefeitos), botavam lá uns caminhões e tratores movidos por reservistas, faziam uma onda e, passadas as eleições, todo mundo sumia de vista e do trabalho.
Agora, meus amigos, está aí para quem quiser ver: os dois trevos estão em acabamento e juras de amor cívico. Sinal típico de eleições maiores, que me fazem feliz – e desejando que a luta seja renhida e duradoura, pelo menos até que aconteça a primeira homenagem e batismo das obras. Digo primeira porque tenho certeza que outros heróis surgirão e outras obras de acabamento serão inauguradas nos próximos anos, novos candidatos virão. Daí meu prazer e entusiasmo com eleições.
Aliás, gozando minhas comparações políticas entre Uberaba e Uberlândia, despejo conhecimento de certa semelhança. A turma de Uberlândia, com seu apressado prefeito Odelmo, não construiu dois trevos. Fez logo uma espetacular rodovia, que corta de cabo a rabo a antiga Uberabinha. Serviu-lhes muito a amizade com o Aécio, que pelos nossos políticos não foi valorizado ou caçambado – a não ser pelos poucos amigos despolitizados.
E por aí retorno à minha paixão pela política: Aécio, que será apenas senador, virá sempre a Uberaba, apresentando-nos o desconhecido Anastasia, moço simpático que nos prometerá atenções (iguais às do Hélio Costa) e depois dará total atenção ao roteiro das pedras que cercam Belo Horizonte. Mas, mesmo assim, que venham e vivam as eleições: por um momento seremos gloriosos amigos do poder... seja ele qual for; depois retornaremos a não ser nada. Ou, como diria o Ivan, saudoso e finado amigo do bar Veríssimo, a quem tentei explicar o valor do militar de carreira, e dando exemplo complicado da marinha nacional, com o título “capitão de fragata”. O Ivan mandou mais meia pinga e concluiu: o moço aceitou o posto de cafetão de gravata? Pano rápido, antes que retirem as urnas! Ou serão furnas?