ARTICULISTAS

Eu envelheço, tu envelheces, ele envelhece...

Gosto muito de escrever sobre datas porque acredito que elas podem nos remeter...

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 18/09/2015 às 21:18Atualizado em 16/12/2022 às 22:14
Compartilhar

Gosto muito de escrever sobre datas porque acredito que elas podem nos remeter a reflexões interessantes e, assim sendo, não gostaria de deixar passar em branco as comemorações da Semana e do Dia do Idoso que estão por vir. Comecemos, então, por sua origem.

Pesquisando a respeito, encontrei que o Dia Internacional do Idoso foi instituído pela ONU numa Assembleia Mundial Sobre Envelhecimento, realizada em Viena, em 1982, e aqui, no Brasil, transferido do dia 27 de setembro para o dia 1.º de outubro por uma disposição do Estatuto do Idoso.

Tratado por diferentes famosos ao longo da História como Ovídio, Montaigne, Chateaubriand e Simone de Beauvoir, em tempos bem remotos (2.500 a.C.) o poeta egípcio PTÁ-hotep escreveu: “Como são difíceis e dolorosos os últimos dias de um velho! Fica mais fraco a cada dia: os olhos quase não veem, os ouvidos ficam surdos; a força desfalece; o coração não conhece mais a paz; a boca silencia e não diz palavra. O poder da mente diminui e hoje já não pode lembrar o que foi ontem. Todos os ossos doem. Coisas que até pouco eram feitas com prazer são dolorosas agora; e o paladar desaparece. A velhice é a pior desgraça que pode atingir um homem.”

Embora possa parecer bastante pessimista esse conjunto de afirmativas, há de se convir que envelhecer tem significado diferente para diferentes pessoas, conforme podemos ler do escritor Paul Claudel: “Oitenta anos: sem olhos, sem ouvidos, sem dentes, sem pernas, sem fôlego! E no final das contas, é espantoso como se pode passar bem sem eles!”.

O primeiro citado centra-se nas perdas físicas. O segundo, por sua vez, apesar das mesmas, parece sentir-se íntegro num outro nível. Um parece preocupar-se com o corpo em si, enquanto o outro reconhece a transcendência do corpo procurando fazer as pazes com ele sem tratar o envelhecimento físico como um inimigo e senhor absoluto.

Cabe a cada envelhecido ou envelhescente reconhecer que tipo de atitude está assumindo durante esse process Se como um pessimista saudável que se vê como morto e incapaz de qualquer coisa; se como um otimista saudável que não reconhece suas perdas e se acha capaz de tudo ou se como um realista saudável que vê com clareza os seus déficits e o que ainda pode fazer na vida apesar dos mesmos.

Fica aqui a pergunta: Qual dessas três atitudes tem sido a sua?

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por