É possível controlar sentimentos e emoções?
Como salvaguardar a autoestima?
Não se está sugerindo que uma pessoa nunca seja vítima de um acidente ou do erro dos outros, ou que seja responsável por tudo o que acontece de bom ou ruim.
Temos controle sobre algumas coisas, mas não sobre tudo. Se me considerar responsável por assuntos que estão além do meu controle, colocarei risco à autoestima, pois, inevitavelmente, deixarei de satisfazer minhas expectativas. Se, por outro lado, eu negar a responsabilidade por assuntos que estão sob minha alçada, outra vez colocarei em risco a autoestima. Preciso saber a diferença entre o que depende e o que não depende de mim. Preciso também estar ciente de que sou responsável por minhas atitudes e meus atos em relação às coisas sobre as quais não tenho controle, como o comportamento dos outros.
A autorresponsabilidade tem relação com autoestima?
A autorresponsabilidade, concebida de maneira racional, é indispensável para uma boa autoestima. Negar a autorresponsabilidade é agir como vítima da nossa própria vida. Ficamos desamparados. Damos poderes a todos, menos a nós mesmos. Quando estamos frustrados, procuramos jogar a culpa em alguém – os outros são culpados por nossa infelicidade. Por outro lado, a valorização da autorresponsabilidade pode ser uma experiência estimulante e fortalecedora, que recoloca nossa vida em nossas próprias mãos.
Há duas palavras que descrevem o que podemos fazer para elevar nossa autoestima, ou seja, para gerar mais autoconfiança e autorespeito. São elas: viver conscientemente. Essa expressão, porém, é abstrata demais para algumas pessoas e pode não se converter rapidamente em uma ação mental ou física. Se queremos crescer, precisamos saber o que fazer. Temos que aprender novos comportamentos. Se praticamos o viver conscientemente, formamos a base da autoconfiança e autorrespeito.
A mente é o nosso meio básico de sobrevivência. Todas as conquistas que nos distinguem como seres humanos se devem à nossa capacidade de pensar. Uma vida bem-sucedida depende do uso adequado da inteligência, das tarefas e metas que estabelecemos para nós mesmos e da maneira como enfrentamos os desafios que se apresentam. Esse é o fato biológico central da nossa existência.
Todavia, o uso adequado da nossa consciência não é automátic é uma escolha. Somos livres para buscar a expansão ou a contração da consciência. Podemos tentar enxergar mais ou menos. Podemos querer ou não.
(*) Psicóloga clínica