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Falando de Obsessão e Compulsão - ll

Repetição inconsciente de comportamentos... Ato obsessivo de repetir ações... Excesso... Obsessão... Compulsão ...

Sandra de Souza Batista Abud
sandrasba@uol.com.br
Publicado em 29/10/2009 às 19:49Atualizado em 20/12/2022 às 09:47
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Repetição inconsciente de comportamentos ...

Ato obsessivo de repetir ações ...

Excesso ...

Obsessão...

Compulsão ...

Compulsão para o medo, compulsão para a organização, compulsão para a higiene, compulsão para o comer,compulsão para a Internet...

Compulsão para a comida?

Existem momentos em que o distúrbio parece tomar totalmente a pessoa.O indivíduo age  como se não houvesse um ego capaz de fazer filtragem dos estímulos da vida, como se não tivesse um ego que deseja e que seleciona. E a consequência é a compulsão. Compulsão para o comer, em que a pessoa come indiscriminadamente, sem controle. Só existe comida que entra e sai, sem ser digerida, sem transformação desta em alimento.

O que existe, então? Existe apenas a necessidade de comer.

Real ou psíquico, o alimento está sempre em trânsito, nada fica, nada é selecionado, não há o que memorizar.A dor é eliminada.

As relações de conflito do cotidiano, então, são vividas não com o outro, com meio social, mas com o próprio corpo, com seu organismo, na sua fisicalidade. A competição é vivida entre a pessoa e seu estômago, a pessoa sempre ganha a competição, porque é autoridade absoluta.

O tratamento proporcionado ao corpo pelo indivíduo em suas relações afetivas será da ordem da violência, pois o afeto é basicamente persecutório.

Neste contexto, o indivíduo tenta superar o corpo, dominá-lo, subjugá-lo à sua vontade e autoridade.

No caso das anoréxicas, ocorre uma invasão total da interioridade , observa-se   uma despersonalização, um vazio.

Neste contexto, é necessário um tratamento para desenvolver interioridade  ali, onde só há concretude. Urge colaborar para o desenvolvimento de elementos psíquicos que se estruturem em forma de uma mente mais organizada, mais potente, com capacidade de sonhar, de encontrar soluções mentalmente mais sofisticadas,  para as dificuldades próprias da vida.

A estimulação sensorial proveniente do exterior não é a única que nos afeta e exige transformação em elementos psíquicos.Os processos do interior de nosso corpo e de nosso psiquismo também são estímulos tão ou mais significativos do que os provenientes do exterior.

 Lidamos e elaboramos situações constantemente na nossa vida diária. Conflitos interpessoais, frustrações diversas, compromissos com a realidade externa e nossos desejos fazem parte do cotidiano. Essas experiências geram emoções complexas que promovem um estado de tensão emocional que solicita, inconscientemente, um destino. Se estas experiências tiverem sucesso em sua transformação em elementos psíquicos, poderemos falar, nos queixar, devanear com soluções diversas e encontrar soluções apropriadas. Entretanto, se esses processos fracassam, teremos a percepção de agitação interna, através do desconforto emocional com sentimentos de  ansiedade, angústia, inquietação, o que desencadeia mecanismos de ação via conduta motora. Sendo o estímulo intenso e duradouro o suficiente, essa conduta de alívio torna-se um modelo repetitivo de descarga tensional. Detecta-se aqui a existência da pulsão de morte para justificar uma conduta prejudicial e contrária à pulsão de vida e ao princípio do prazer. Assim, estamos no campo da compulsão.

(*) psicóloga clínica

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