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Falando de preocupação II

A preocupação faz parte do universo humano

Sandra de Souza Batista Abud
sandrasba@uol.com.br
Publicado em 09/08/2012 às 20:17Atualizado em 19/12/2022 às 18:03
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A preocupação faz parte do universo humano, mas pode ter também uma função positiva. Embora a aflição possa piorar as coisas, para várias pessoas, esse estado pode ser construtivo e motivar a resolução de problemas e até mesmo reduzir a ansiedade. Pesquisas mais recentes apoiam a ideia de que níveis elevados de preocupação podem melhorar o desempenho.

Especialistas suspeitam que, em muitos casos, a preocupação pode não só beneficiar o desempenho como ainda incentivar a ação. Estudo publicado em 2007 revelou que os fumantes podem ser mais propensos a serem convencidos a desistir do cigarro, quando se preocupam com os riscos. Os resultados promissores estimularam os autores do estudo a sugerir estratégias mais eficazes, como ter médicos lembrando as pessoas dos pontos negativos, capitalizando a relação entre motivação e preocupação, para incentivá-las a largar o fumo. É difícil traçar a linha precisa entre a preocupação saudável e a aflição prejudicial.

Acredita-se que as pessoas bem-sucedidas obedecem a uma escala um pouco mais alta em termos de preocupação. Desde que a aflição não tire o melhor de alguém como a lucidez, por exemplo, ela pode ser benéfica. O segredo está na forma como as pessoas lidam com a situaçã se a preocupação as motivar a trabalhar com mais atenção aos detalhes, sem paralisá-las, ou roubar-lhes a saúde, então é positiva.

A preocupação nos coloca diante de um impasse psíquico que envolve aspectos de nosso circuito emocional, mas os ansiosos crônicos procuram controlar suas emoções e, com isso, seu tormento tende a entorpecer as respostas emocionais. Atualmente, está bem fundamentado pela ciência, o conhecimento de que o dano no lobo frontal está associado ao embotamento das emoções. Recentemente, um estudo da Universidade de Boston demonstrou que essa área é mais ativa em pessoas que pensam no futuro. Vários estudos confirmaram que a aflição excessiva reduz a atividade no sistema nervoso simpático em resposta à percepção de uma ameaça.

Em contraste, quando os preocupados tentam estar conscientemente preparados para o pior, estão, na verdade, comprometendo a capacidade de seu organismo de reagir a um acontecimento realmente traumatizante. O fato é que todos se afligem em um momento ou outro, mas caso isso se torne uma patologia, é possível obter ajuda profissional.

 

(*) Psicóloga clínica

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