ARTICULISTAS

Falha humana

Nenhum homem pode dizer que não cai em desgraça

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 20/01/2012 às 20:17Atualizado em 17/12/2022 às 07:52
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Nenhum homem pode dizer que não cai em desgraça, mas  todos  poderiam dizer: “Estou vigilante para não cair”. No dia 13/01/12, o navio Costa Concordia, dos maiores do mundo, foi levado a pique em águas rasas da Itália por obra do seu próprio comandante. Por que estou seguro para afirmar que o comandante é o culpado pela tragédia? É que, numa tripulação, a responsabilidade começa e termina nos ombros de quem tiver o maior número de galões. Daí concluir que S.Exa., o Capitão Francesco Schettino, infelizmente caiu em desgraça.

Pesa também sobre o chefe daquele transatlântico avariado,  segundo dizem, o fato dele  ter deixado o navio antes dos passageiros e da sua tripulação. Até imagino o arroubo psicológico, próprio de certos comandantes, instigando-o a “abandonar o barco”, deixando para traz os que lhe confiaram a vida. Esse gesto lhe marcará por séculos da existência.

Nos cruzeiros marítimos ocorre o esperado e glamoroso Baile do Comandante. Aí se vê que ele é, por força da função, o foco da viagem e como timoneiro-mór não é visto dando sopa no navio, devido ao grau da sua responsabilidade. O capitão é figura onisciente nos inúmeros procedimentos técnicos do navio. Portanto, do casco submerso ao último ponto da sua altura visível,  tudo passa pelo “supremo” crivo do comando.

Mesmo dotado de altíssima tecnologia de navegação, um ultra luxuoso navio choca-se com uma pedra situada poucos metros abaixo da superfície (!!!). O que terá ocorrido com o nobre comandante Schettino para aproximar-se tanto dos rochedos na ilha de Giglio?  

Toda falha é sempre humana antes de ser mecânica; nós por conveniência ou ignorância, invertemos essa ordem. Quando o ministro da Defesa italiano sentenciou que ali ocorreu um “enorme erro  humano”, percebi que a sua razão prevaleceu sobre a emoção.

Poucos sabem que, de um imperceptível ponto do navio ao total da imensa envergadura, passando pelo comandante, seus comandados e os 4.229 passageiros, todos se submetem às mesmas Leis Universais.

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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