O boato cresce: o fim do mundo será no dia 21, próxima sexta-feira. Melhor seria se fosse depois do dia 22, pois nos dias 21 e 22 haverá importantes eventos com a participação de dois membros da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Dia 22, na Catedral Metropolitana, com início às 11 horas, será celebrada uma missa presidida pelo arcebispo dom Paulo (bom nome para ocupar a cadeira na ALTM, vaga com o falecimento do fundador monsenhor Juvenal Arduini), pelos noventa anos de vida do acadêmico fundador da ALTM, padre Thomaz de Aquino Prata.
Outro evento digno de nota: um dia antes (21 de dezembro), às 20 horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal, na praça Rui Barbosa, padre Prata lançará seu livro Crônicas, verdadeiro presente de Natal para todos nós, seus eternos leitores.
Padre Prata nasceu em Uberaba e foi ordenado sacerdote em dezembro de 1946 por dom Alexandre Gonçalves Amaral. Lecionou em seminários e faculdades. Foi cura da Catedral Metropolitana de 1986 a 1989 e já lançou outros nove livros, dentre eles, Memórias da Memória. Escreve semanalmente no Jornal da Manhã e iniciou a publicação de suas crônicas em 1952, no antigo Correio Católico.
Na época da Ditadura Militar, depôs perante uma Banca de Oficiais do Exército. Não sofreu tortura física, mas psicológica e profissional, como perda de emprego como professor, além de acusações de pregar o comunismo e perverter a juventude. Tempo complicado na história do Brasil, em que intelectuais pagaram alto preço por sua coragem e competência.
Por tudo o que representa na sociedade uberabense, no clero e nas letras, é certo que padre Prata receberá o carinho de todos nós, que o admiramos. Vida longa, querido aniversariante.
E no dia 22, às 20 horas, no saguão do Centro Cultural Cecília Palmério, a estimada acadêmica Terezinha Hueb de Menezes fará o lançamento de seu livro Assim como nós.
A obra, de belo continente e substancioso conteúdo, é uma coletânea de crônicas publicadas no Jornal da Manhã, um convite a uma profunda meditação, um presente para nosso crescimento.
A leitura da crônica Aleluia nos deixa em dúvida se a escritora fez uma abordagem de um fato real – um louco tumultuando o recinto de uma igreja, até ser levado por dois policiais – ou se o narrado é fruto da imaginação fértil da autora. É um caso arrepiante.
Dois membros da ALTM serão festejados por seus colegas e por toda a cidade nos dias 21 e 22. Então que o mundo acabe depois do dia 22. De preferência, bem depois.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro