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Fim de época

Assistimos, no final de semana passado, a duas finais de campeonatos brasileiros; nada mais nada menos que as duas principais categorias em termos de público: a Stock Car V8 e a Fórmula Truck.

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:17
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Assistimos, no final de semana passado, a duas finais de campeonatos brasileiros; nada mais nada menos que as duas principais categorias em termos de públic a Stock Car V8 e a Fórmula Truck. A primeira, com total apoio da Rede Globo, que é a maior em audiência; a segunda, com o apoio da Rede Bandeirante, desde os primórdios da categoria.   A primeira do dia foi a Stock V8. A disputa estava restrita entre Ricardo Maurício e Marcos Gomes, os dois pilotos da equipe Medley. Maurício tinha um ponto de vantagem sobre Gomes, embora este fosse o rei de Interlagos na categoria, pois havia sido o vencedor das últimas três edições da Stock, neste circuito. Como havíamos adiantado na última coluna, Ricardinho não tinha contrato assinado com a Medley para 2009, diferentemente de Gomes. O lógico para Ricardo seria vencer o campeonato.   Mas, da Tarumã para cá, as coisas mudaram e o líder da categoria, aparentemente, assinou um contrato para 2009 com uma equipe que é patrocinada por outro laboratório, a Eurofarma. Esta equipe era a do chato Cacá Bueno, que a elogiou largamente, ao vivo, via PLIM PLIM, na etapa de Tarumã, mesmo depois de ela ter assinado com a poderosa da categoria (Medley).   Como Ricardinho tinha um contrato assinado com a concorrência, o lógico seria dar prioridade ao piloto que vai defender a equipe no ano que vem. E assim tudo conspirava para Gomes. Mas o santo do Ricardinho estava de guarda e, na classificação, o carro do filho do Paulão apresentou problemas. Então, o piloto de Ribeirão Preto teve de se contentar em ver seu maior rival sair da 21ª posição, enquanto o queridinho da dupla Mattheis/Xandy amargava um 31º posto na largada.   Dada a largada, tivemos uma etapa sem graça e sem grandes disputas. A pole foi de Cacá e foi dele também o maior número de voltas na liderança. Mas o carioca foi punido por ultrapassar o limite de velocidade nos boxes e, assim, perdeu mais uma corrida ganha. Quem se deu bem foi o eficiente Thiago Camilo, que, além de ganhar esta etapa, fez bonito no desafio das estrelas, etapa de Kart, apesar de seu tamanho e, consequentemente, peso. Esse piloto anda muito, mas sempre lhe falta algo. Vem batendo na trave desde 2006.   Na disputa individual do campeonato, quem se deu bem foi Ricardo Maurício. Não exatamente pelos seus próprios méritos, pois Gomes vinha conquistando várias posições e estava a três carros do principal oponente quando comprou, de graça, um acidente, provocado por pilotos da turma do meio com um do fundão. Esse é o preço que se paga por largar lá trás. Sempre tem gente com mais braço do que carro e aí acontecem os toques e as rodadas. Foi numa dessas que Gomes se deu mal, quando praticamente evitou uma batida nos pilotos que rodaram, mas não teve como se esquivar de uma batida justo na traseira do carro do irmão do dono da equipe. Dessa forma, o destino deixou que o piloto que mais venceu nesta temporada fosse o campeão, apesar de não ser essa a vontade da equipe. Agora, verão o campeão correr por uma equipe rival com o número 1, no ano que vem.   Na F-Truck, o enredo era mais ou menos parecido. Dois pilotos de uma mesma equipe disputavam o título entre si: Wellington Cirino e Geraldo Piquet — que defendem a Mercedes.   Piquet chegava a Brasília, local da final, com dezesseis pontos na frente e, ainda, tinha a vantagem de correr em casa. Além disso, era o vencedor das últimas etapas disputadas no circuito brasiliense. Diferentemente da Stock, foi Piquet quem sentou numa cadeira elétrica, pois seu caminhão não parecia ser da mesma equipe do vencedor. Cirino ganhou a duas baterias e Piquet chegou em terceiro na primeira e em quinto na segunda, perdendo o campeonato por sete pontos. Mas ficou algo estranho no ar, pois o desempenho dos caminhões da equipe era totalmente diferente. E se pensarmos como o Verme, pelo lado empresarial, seria melhor para a categoria ter o campeão com o nome do tricampeão de F-1. Na verdade, Piquet foi o campeão até esta etapa estranha de Brasília. Quem sabe da verdade é a direção da equipe Mercedes.   F-Truck e a Stock sempre se deram bem depois do apoio da turma da TV, mas as trajetórias do envolvimento televisivo nessas categorias tiveram focos bem antagônicos. A Band abraçou a causa mais ou menos por falta de opção e sempre apoiou categorias onde havia uma porta larga aberta. Já a Globo entrou na Stock se impondo, e não como deveria ser a priori, uma parceira. Dessa maneira, a categoria teve que se adaptar aos seus modos empresariais. Diferentemente da parceria firmada na Band, onde tudo tinha de ser tratado como um desafio pelos parceiros e com uma grande e eficiente estratégia, a do criador e desenvolvimentista da F-Truck. Trata-se de um ser chamado Aurélio Miguel, que sempre fez o possível e o impossível para levar ao grande público o melhor que um evento desse tipo pode levar aos assistentes.   Felicidades a todos!

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