ARTICULISTAS

Finais de tarde

Pecados fazem parte da nossa vida

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 05/12/2012 às 19:59Atualizado em 17/12/2022 às 09:10
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Pecados fazem parte da nossa vida. A humanidade toda chama e reclama, com razã ninguém é perfeito. Mesmo na doutrina da religião católica – que eu procuro acompanhar, mesmo com meus defeitos ou pecados – o conceito de ser “santo” é coisa que escapa ao nosso julgamento. Vejam os santos reconhecidos em Roma, pelo papa e seus cardiais: eles passam por uma investigação terrível. Normalmente o santo é reconhecido após a sua morte, seus milagres, seus exemplos... a santidade afinal. O resto, que somos nós todos (eu na cabeceira!) somos todos pecadores, alguns se esforçando pra sair do barro, outros desanimados ou descrentes imaginand eu vou mesmo é gozar a vida em todos e com tudo, o resto é resto e não existe! Caramba, vocês sabem que eu sou médico, e isto me pôs muitas vezes na cabeceira de gente que estava “indo embora da vida”. Já assisti machão papudo virar criança, chorar feito menino e implorando “meu Deus, que é isto, me acode”! É verdade também que vi e assisti gente que não gemeu nem chorou na sua hora final. Tive a ventura de assistir minha mãe e meu irmão José Humberto em seus últimos momentos – as melhores pessoas da minha vida. Não rezei, eles eram santos... Peguei meu violão, e cantei para eles. Somente eu chorava “com minha mãe estarei... na santa glória um dia... Até hoje, ao escrever isto, meus olhos ficam embaraçados... uma água teimosa cai em cima deste papel. Agora, meu amigo leitor (mais as leitoras, a mulher entende melhor de emoções) você vai perguntar, ou pensar: que é isto que deu no nosso João, cronista alegre, ferino e atrevido, gozador de tudo e todos? Deu nada não, minha gente. Apenas estou aqui sozinho, noite limpa e fresca, a ideia viajando lá pra trás e ali na frente. Descobri que há um valor especial na vida, tirado do estar sozinho no final do dia – ou dos dias. Senti o enorme sofrimento daqueles que se agarram ao mundo, seus desejos e aspirações, até a reza interesseira do “Deus me ajude, abra meu caminho, me dê em realidade os sonhos que tenho... e me dominam”. Besteira e ignorância humana, minha gente. Deus pode dar-lhe o que quiser ou pede. Isto conseguido é esquecido, já tem mais pedidos, sonhos e ilusões para as tardes mais além. As minhas eu vou vivendo enquanto a minha ampulheta ainda tem areia... que sei está no tanque de reserva... Se possível, escutando Tião Carreiro e Pardinho em minha artística adaptaçã “o que foi feito daqueles sonhos, que você me deu!...”

(*) Médico e pecuarista

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