A oitava etapa do Mundial de F1 2011 foi de longe a pior do ano para nós, simples mortais, que acompanhamos pela TV. Mas para Vettel, o vencedor, deve ter sido a melhor do ano. Ele não teve dificuldades de qualquer espécie, foi o pole e comandou a corrida inteira sem ser incomodado por ninguém e ainda fez a melhor volta. Mas para nós até parecia uma corrida do ano passado ou da temporada de 2009, quando Button era supremo na Brawn fora da lei.
Chatice. Foi interessante notar que o ‘Verme’, via FIA, tentou amenizar o estrago, pois do jeito que vai, o Vettel vai conquistar o campeonato bem antes do final. Enquanto as corridas das temporadas passadas eram na maioria das vezes chatas e sem muita graça, o campeonato passado, devido a questões extraordinárias, só foi decidido na última etapa. E do jeito atual, o alemãozinho vai pegar a taça bem antes da etapa final, a do Brasil.
Emoção. Para dar mais emoção ou graça ao campeonato, o ‘Verme’ primeiro pediu para a FIA eliminar os motores de classificação, que na verdade é apenas o mapa do motor via eletrônica, pois hoje é proibida a troca de propulsores. Mas os engenheiros, que são mestres em achar maneiras de burlar as regras, adotavam uma configuração eletrônica para os motores nas classificações e outra para a corrida.
Efeito contrário. Porém, depois dessa medida de última hora que não funcionou, e que na verdade acreditava-se que atrapalharia a equipe do energético, mas que aparentemente atrapalhou mais a McLaren. E a medida vedete deste ano, a da asa ou aerofólio que se abre na reta, também não funcionou a contento neste circuito. O que gerou essa corridinha chatinha na temporada de 2011. De longe a pior etapa do ano até aqui.
Mais uma. E a partir do GP da Rainha vem outra medida para tentar atrapalhar o reino da equipe que ‘ti dá asas’. O lance agora é a proibição dos difusores aquecidos, ou seja, os gases do escapamento ajudando no fluxo de ar que gera Dow Force quando o piloto tira o pé do acelerador numa aproximação de curva. Mas pelo andar da carruagem, os carros das Red Bull serão os que menos sentirão os efeitos da medida, pois é um bólido equilibrado e bem pensado.
Xerox. Esse lance dos difusores começou com a Honda em 2008, quando projetavam o carro de 2009. Era uma aplicação que feria um código de honra entre os projetistas, mas que por motivos políticos foi declarada como válida. E depois que a coisa desandou, criaram vários tipos de difusores. A turma da Renault foi um pouco mais criativa, pois criou um sistema mais original.Os grandes entenderam a mensagem e criaram sistemas melhores. O mago Newey achou uma maneira de melhorar a artimanha. E os franceses ficaram para trás.
Realidade. Apesar da vitória fácil de Vettel, não podemos esquecer a corrida do espanhol da Ferrari. É chato dizer, mas o hispânico tem tido um ótimo desempenho. É ruim para nós brasileiros ver que, apesar do esforço dele, Alonso sempre consegue ser superior ao Massa nas corridas. E também nos treinos. Massa tem conseguido largar melhor que Alonso, mas no resultado final o espanhol engoliu o brasileiro. Alonso tem 87 pontos e Massa 42. Apesar dos erros da equipe nos pits do brasileiro, Massa está sempre alguns centésimos atrás do companheiro nas classificações. Mas em ritmo de corrida a diferença é maior. Falta ao nosso piloto aquele apetite dos anos 2007 e 2008.
Devendo. Mas não faz sentido criticar Massa numa das melhores apresentações de 2011, em termos de resultado nesta temporada. Pois quem ficou devendo mesmo foi a turma da McLaren. A equipe inglesa estava horrível nesta etapa. E não se parecia nem um pouquinho com a equipe que estava mais perto dos RB 7. E o Webber, então, não tem nada daquele piloto combativo de 2010.
Engraçado. O melhor lance do GP da Europa aconteceu logo após a classificação. Assim que Vettel desceu de seu carro no espaço reservado aos três primeiros da classificação, ele imitou um gesto que Alonso andou fazendo em etapas anteriores: ele parou do lado da F 150 Itália e fingiu observar a Macchina. A irreverência do alemãozinho valeu o dia. Por outro lado é bom lembrar que as Ferraris só têm andado bem depois que a Pirelli passou a fornecer os pneus macios. Quando voltarem os compostos duros é que vamos saber o quanto o carro italiano evoluiu.
Felicidades a todos!