Correu pelas redes sociais – porque alguém postou – uma fotografia tirada há seis meses, como sendo de ontem.
Correu pelas redes sociais – porque alguém postou – uma fotografia tirada há seis meses, como sendo de ontem. Não há nada demais naquela foto, se não fosse pelas pessoas ali reunidas no Comendador, óbvio, para tomar umas e outras. Estão naquela foto, depois replicada para as colunas de jornais, – porque alguém pediu – Narcio Rodrigues, Anderson Adauto, eu, Rodrigo, Assis, creio – Zé Luiz. Como disse: nada demais se não fosse o período eleitoral, porque se não fosse passaria sem importância, ninguém comentaria, senão elogios, já que os políticos não devem manter durante o seu mandato comportamento que se tem à época de eleições. Pelo menos é essa a cobrança da sociedade que não gosta de políticos adversários, chegam até a citar a cidade vizinha onde os políticos se unem em prol do bem comum. Narcio e Anderson são adversários históricos e amigos inseparáveis, e isso tem causado ciúmes, senão inveja. Eles sempre estiveram em campos opostos da política, tanto em Minas como no Brasil e não é diferente em Uberaba. No entanto, tentam criar em nós do PSDB a pecha do conchavo com traição e, como a imaginação e delírio são livres, chegam a insinuar que o trabalho de minha esposa no Codau tem a ver com aquele encontro. Coisa maluca de quem não conhece o fato e o distorce como quer. Ela tem estrada própria, luz própria também, não precisa ser uma comensal de marido. Filiada, agora, ao PSDB de suas opiniões sou adepto de algumas de suas ideias. Como são preconceituosos os comentários contra a mulher, sempre as veem como dependentes de seus homens. Anderson e eu trilhamos caminhos juntos e nos distanciamos, mas nunca deixamos de ser amigos. Mesmo quando pedi votos para o Narcio e ele era candidato a deputado federal. Fui líder do Marcos Montes na Câmara Municipal, e não deixei de ser seu amigo, mesmo quando ele disputou com o Narcio Rodrigues. Embora, ainda não tenhamos podido beber um chope juntos, como bebemos com o Anderson. Coisa de estilo e de oportunidade. Mas a foto postada em blogs e em colunas de jornais tomou contornos de traição ao ser analisada de forma precipitada e sem critérios. No mundo da internet nem sempre temos o controle, diferentemente da imprensa que podemos conversar e contra argumentar. Para quem tentou criar um ar de intriga ou quis nos intrigar vou sugerir um livro para o aprimoramento da arte de intrigar pessoas: Cemitério de Praga, de Umberto Eco – espetáculo de livro, onde os seus personagens são históricos, e curiosamente, a “única figura de fato inventada neste romance é o protagonista, Simone Simonini, embora, como diz o autor, basta falar de algo para esse algo passar a existir”. Muito se tem falado do PSDB, filiados e não filiados, analistas de plantão e amadores, tudo isso serve para o amadurecimento e para o embate político – não há política sem o embate. Porém, quando a conspiração toma contornos de histeria, faz-se necessário nos acautelar para não ferirmos quem não tem nada a ver com essa história, porque quem intriga não pensa senão em si.