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Fumar ou não fumar: eis a questão

Uma mesa com máquina de escrever (então ferramenta imprescindível, principalmente em um jornal), uma...

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 27/11/2012 às 20:26Atualizado em 19/12/2022 às 16:11
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Uma mesa com máquina de escrever (então ferramenta imprescindível, principalmente em um jornal), uma escrivaninha, algumas cadeiras... e só. Era tudo o que comportava nossa salinha, na antiga sede do jornal (na época, Correio Católico), ao lado da Catedral.

E em sala tão acanhada era impossível respirarmos quando alguém acendia um cigarro e deixava espalhar a fumaça. Em geral, o fumante sentia-se impelido a alimentar o vício e não notava o incômodo que provocava. E eram raros os que, ao menos, pediam licença para fumar no mesmo recinto em que estávamos.

Para acabar com o problema, cogitamos uma forma de pedir, com diplomacia e eficiência, que não fumassem ali. E idealizamos um cartaz (depois, muito copiado) com os dizeres: “Pode fumar, mas evite... [e, em letras bem pequenas, como se falássemos baixinho] ...soltar fumaça na sala e deixar cinzas no cinzeiro.”

Alguns nem se importavam com o que liam; outros, entretanto, chegavam a pegar o cigarro e conseguiam heroicamente se conter. Às vezes, aproximavam-se do cartaz para ler o final do texto. De alguns ouvíamos comentários espirituosos, com “Você não presta mesmo!” Mas todos nós ficávamos livres da fumaceira.

Fabricantes de cigarro estão requerendo o direito de não mais colocarem, nos maços, as fotografias chocantes que servem de alerta aos fumantes. Porém, o governo quer que sejam estampadas fotos ainda mais agressivas, medida que deve entrar em vigor em 2016.

Somos livres para fazermos nossas escolhas. E temos consciência de que, uma vez com o vício, é preciso determinação para dominar a si próprio. Quem consegue se conter merece o nosso reconhecimento. E quem quer parar, o nosso apoio.

Sentimo-nos impotentes ao nos lembrarmos de parentes e amigos que podem morrer em razão do vício com o tabaco ou que já morreram por isso. E as vítimas com doenças causadas pelo fumo, além de serem marcadas pelo sofrimento pessoal, geram gasto vultoso para a família e o governo, importância que poderia ser aplicada em outros benefícios para a população.

Felizmente, campanhas de conscientização vêm alcançando resultados. E programas especiais ajudam o fumante a deixar o vício. Melhor mesmo é conseguir não colocar o primeiro cigarro na boca. Se isso não foi possível e se houver interesse em deixar o vício, há várias instituições que ajudam nesse sentido. E a ajuda pode estar mais perto do que se imagina. Não é fácil abandonar um vício, mas nunca é impossível.

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