O megaevento internacional do futebol vai tomando forma
O megaevento internacional do futebol vai tomando forma, enquanto o Brasil acelera para concluir as obras de mobilidade – que só beneficiarão algumas capitais – dos seus estádios, da prestação de serviços, principalmente naquelas localidades que acolhem os jogos. Os aeroportos estão sendo ampliados, reformados e leiloados para atender ao fluxo e prestar melhor serviço aos seus usuários, e tudo isso em meio às críticas e aprovações. Sabemos a quem o futebol beneficia, em detrimento de vários. Na década de 60, ele era visto como instrumento de manipulação dos governos da ditadura. Era o ópio a ludibriar, o véu que escondia as mazelas sociais. Hoje, sabe-se a quem serve, com o seu fanatismo que nos reporta à época das Cruzadas e as suas lutas sanguinolentas. As torcidas que se formam ao entorno de alguns clubes se inspiram na violência como instrumento da verdade, enquanto há o pacifismo de se ver impotente. O poder público desvia recursos de serviços essenciais à sociedade para atender aos interesses daqueles que manipulam esse entretenimento. Se fôssemos exigentes com a saúde, com a educação, com o trânsito, conosco mesmo, como somos no futebol, teríamos um país mais próximo da eficiência, mas, lamentavelmente, ocupamos as últimas posições na escala educacional e os pais acreditam que a escola de seu filho é ótima. Deixam os filhos à porta da escola e acreditam ser dela a responsabilidade de educá-los. Ledo engano ou comodidade demais. Quando reclamamos, somos polêmicos, só é valido discutir futebol. Estamos às portas do evento, com alguns estádios atrasados e, ainda, temos que ouvir a medíocre frase do Ministro dos Esportes, que nos envergonhou internacionalmente: noiva sempre atrasa e não é impeditivo para se casar. Coitado. Imagine você dentro do campo, aguardando o término. Mas é o mesmo ministro que cedeu a tudo para atender às imposições da Fifa. Porquanto, todos nós sabemos quem irá enfrentar quem. O evento para o sorteio das chaves e a sua composição foi ruim. Nada de criativo ou inovador. Salvador poderia ter mostrado ao mundo coisa melhor. O show, embora com cantores e cantoras renomados, ficou em lugar comum, até a fala do Pelé. Não entendi o que ele quis dizer, ou melhor, ninguém sabe o que ele fala, nunca tem uma mensagem, uma causa a defender que não seja o seu nome. Este show valeu pela presença maiúscula de Fernanda Lima, linda, carismática, inteligente, sensual. Valeu assistir ao sorteio pela presença dela. Ela, por não ser do ramo, foi capaz de formular perguntas inteligentes. Seu vestido colado ao corpo, com toda a sua exuberância a serviço da imagem e da beleza brasileira. Eventos internacionais são importantes, até mesmo para aprendermos a conviver com a diversidade cultural e melhor nos ilustrar. Agora é saber o que faremos com a herança da Copa Mundial de Futebol.