ASTRONOMIA

Asteroide pode atingir a Lua e abrir cratera no satélite; entenda o risco

Publicado em 22/04/2025 às 09:46
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Segundo Plícida Arcoverde, astrônoma do Observatório Nacional, a possibilidade de colisão com a Lua não representa uma ameaça à sua órbita ou à estabilidade do sistema Terra-Lua (Foto/Reprodução)

Um asteroide que até pouco tempo gerava apreensão por sua possível colisão com a Terra agora desperta atenção por outro motivo: o risco, embora pequeno, de atingir a Lua nos próximos anos. Trata-se do 2024 YR4, uma rocha espacial descoberta em dezembro do ano passado e que, segundo novas estimativas da NASA, tem 3,8% de chance de colidir com o satélite natural da Terra em 2032.

A ameaça inicial era à Terra. Em seu pico de risco, o 2024 YR4 chegou a preocupar cientistas ao registrar 3,1% de possibilidade de impacto com o planeta — o índice mais alto já calculado pela agência espacial americana para um objeto desse tipo. Países como Colômbia, Camarões e Índia figuravam entre os possíveis locais de queda. Com estimativas de diâmetro variando entre 40 e 90 metros à época, o asteroide tinha potencial para causar danos significativos na superfície terrestre.

No entanto, esse cenário foi rapidamente descartado após observações adicionais realizadas em fevereiro deste ano, que praticamente eliminaram a chance de impacto com a Terra. Mais recentemente, novas medições realizadas pelo telescópio espacial James Webb indicaram que o asteroide, agora estimado com diâmetro entre 53 e 67 metros, passou a ter uma trajetória que oferece risco à Lua.

Segundo Plícida Arcoverde, astrônoma do Observatório Nacional, a possibilidade de colisão com a Lua não representa uma ameaça à sua órbita ou à estabilidade do sistema Terra-Lua. “Impactos como esse são relativamente comuns, pois a Lua não possui uma atmosfera que queime os objetos antes de atingirem sua superfície, como acontece na Terra”, explica.

Se confirmada, a colisão resultaria na formação de uma nova cratera lunar, com liberação de calor e até mesmo um clarão visível a partir da Terra, dependendo da energia envolvida no impacto e dos equipamentos utilizados para observação.

Apesar de parecer um evento isolado e distante, o monitoramento desses corpos celestes é considerado fundamental para a ciência espacial, especialmente em tempos de intensificação das missões de exploração lunar. “Saber com que frequência grandes meteoroides atingem a Lua é essencial para avaliar riscos a futuras bases ou equipamentos instalados lá”, destaca a astrônoma.

Missões tripuladas à Lua estão nos planos tanto dos Estados Unidos quanto da China. Enquanto os americanos preveem o retorno de astronautas ao satélite em 2027, na missão Artemis 3, os chineses anunciaram o objetivo de chegar à superfície lunar em 2030.

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