Audiência a ser realizada amanhã no Ministério do Trabalho de Uberaba definirá a situação dos 150 ex-funcionários da empresa Adserv, antiga prestadora dos serviços de limpeza do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. De acordo com Milton Ferreira do Amaral, presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro e Similares – que responde pelos trabalhadores da categoria –, a audiência que estava marcada para o dia 7 de julho foi antecipada, atendendo às reivindicações dos ex-funcionários. “Especialmente os que foram dispensados estão passando por muitas dificuldades financeiras e, devido a isso, conseguiram a antecipação da audiência junto à juíza”, afirma o líder sindical, apontando que a opção pela modificação da data foi bem recebida pelo sindicato. “Já demonstra boa vontade em relação à causa e nossa expectativa é de que o dinheiro seja liberado para depósito logo amanhã”, completa. Segundo ele, a dívida total da empresa belo-horizontina deve somar cerca de R$ 120 mil, valor correspondente a salários atrasados do mês de março e rescisões contratuais de 36 trabalhadores. “Foi decisão da empresa não continuar com todos os funcionários, principalmente porque os turnos de trabalho foram ampliados de 6h para 8h e isso ocasionou, naturalmente, a redução do quadro”, explica. O dinheiro utilizado para o pagamento será retirado do valor relativo aos recursos que seriam repassados da UFTM para a Adserv, um total que chega a R$ 220 mil. Represália. Uma das trabalhadoras dispensadas, Grace Gleice Araújo, no entanto, afirmou que a rescisão contratual ocorreu como forma de represália à participação dos trabalhadores no movimento grevista. “A atual supervisora da nova empresa nos convocou e afirmou que não havia interesse em ficar com a gente porque fomos nós quem incitamos a greve. Isso é completamente absurdo e estamos indignados porque, no fim, somos os únicos prejudicados”, denuncia. Segundo Gleice, que também é diretora do sindicato, os processos licitatórios que definem a escolha de empresas terceirizadas para repartições públicas deveriam ter análise mais criteriosa. “Sempre estamos envolvidos em problemas e audiências com contratadas da maioria dos órgãos públicos. Quanto menor os preços no pregão, mais desrespeito com os funcionários”, finaliza.