Bill Gates aponta três profissões que vão sobreviver à inteligência artificial

Bill Gates, o todo-poderoso co-fundador da Microsoft e seu CEO até 2000, revelou que, apesar de a Inteligência Artificial (IA) estar em franco avanço na substituição de funções humanas, profissionais de três áreas vão resistir a esse processo: biociências da saúde, energias alternativas e o próprio desenvolvimento da IA. As revelações foram feitas em entrevista do bilionário ao Tonight Show, de Jimmy Fallon. O bilionário está em uma turnê mundial para divulgação de seu novo livro "Source Code: My Beginings" e debater sobre as novas tendências globais.

Vamos ver o que ele disse sobre as três profissões:

Biociências de saúde

O primeiro setor no qual a presença humana permanecerá relevante é a pesquisa biológica e médica. Nele, há uma demanda grande por criatividade, intuição e pensamento crítico. Apesar de o diagnóstico de doenças a partir do IA ser cada vez mais frequente e preciso, a tecnologia ainda tem dificuldades para lidar com hipóteses inovadoras ou imprevisíveis. "A criatividade necessária na pesquisa biológica não pode ser replicada por máquinas”, afirmou Gates.

Energias alternativas

A complexidade no segmento de energia, a transição do modelo atual baseado em hidrocarbonetos e combustíveis fosseis para novas fontes livres de carbono e um processo regulatório diversificado e intrincado tornam a expertise humana um diferencial em relação à tecnologia no setor de energia. “Fontes como energia solar e eólica são importantes, mas precisamos de fontes confiáveis e constantes, como a energia nuclear. Isso exige inovação, e inovação é trabalho humano”, explicou Gates, ao destacar competências como capacidade de lidar com imprevisíveis demandas do setor de energia e adaptabilidade para navegar entre diversos modelos regulatórios.

Desenvolvimento da IA

Por fim, a própria inteligência artificial ainda vai depender do conhecimento humano para aperfeiçoar sua capacidade, diante da atual imprecisão e dificuldade de solução de problemas voluntariamente. O elemento humano é necessário para o processo de debugging (correção de problemas no algoritmo), refinamento e avanço da IA. “Ainda precisamos de pessoas para ensinar as máquinas a pensar”, sentenciou Gates.

Evolução permanente

Dedicado hoje à prospecção de conhecimento e tendências na Fundação Bill e Melinda Gates, inclusive para a própria Microsoft, o bilionário alerta que em dez anos, conhecimentos de diagnóstico médico e educação estarão muito concentrados e controlados pela IA. “Com a inteligência artificial, na próxima década, isso (oconhecimento de um grande médico ou um grande professor) se tornará gratuito, algo comum. Ótimos conselhos médicos, excelentes aulas particulares (ficarão disponíveis pela IA)”, explicou. O que demanda adaptação e aperfeiçoamento dos profissionais, e não apenas nestas duas áreas.

Um estudo da Goldman Sachs avalia que 300 milhões de empregos em todo o mundo serão impactados pela IA. Outro levantamento, do Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo menos 41% das atividades profissionais no Brasil vão ser afetadas.

Por isso, para Gates, uma escolha criteriosa da área de trabalho e o contínuo aprendizado de tecnologias serão essenciais para os jovens e para todos os profissionais na próxima década. “Adapte-se, inove e prepare-se para um futuro onde a IA não é apenas uma ferramenta, mas um concorrente”, completou Bill Gates.

Fonte/ O Tempo