Stefanutto havia sido afastado e posteriormente demitido do cargo em abril (Foto/Reprodução)
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, durante nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um amplo esquema de fraudes no instituto.
Autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação cumpre 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
Entre os alvos estão servidores, empresários e lobistas suspeitos de participar do esquema. Stefanutto é investigado por supostamente ter permitido irregularidades durante sua gestão. A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou.
Os investigados podem responder por inserção de dados falsos, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Esta nova fase ocorre um mês após a etapa anterior, que apreendeu carros de luxo, dinheiro e armas. As investigações começaram em abril de 2025, quando PF e CGU identificaram que sindicatos e associações de aposentados realizaram descontos indevidos em contracheques, causando prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões. À época, a cúpula do INSS foi afastada.
Segundo a CGU, as entidades envolvidas ofereciam falsos serviços de saúde e assistência jurídica, sem qualquer estrutura para executá-los. Em setembro, foram presos os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes — conhecido como “Careca do INSS” — e Maurício Camisotti, apontados como operadores financeiros do esquema. Também houve buscas contra o advogado Nelson Willians. Todos negam envolvimento.
De acordo com a PF, Antunes comandava empresas que repassavam parte dos recursos desviados a servidores do INSS responsáveis por autorizar convênios e validar os descontos. O caso levou à criação de uma CPMI no Congresso Nacional para investigar o impacto das fraudes na Previdência.