A falta de médicos legistas e de funcionários para o período noturno no Instituto Médico Legal (IML) foram causas
A falta de médicos legistas e de funcionários para o período noturno no Instituto Médico Legal (IML) foram causas de transtorno para uma família uberabense no último fim de semana. O operário Enilson José Ferreira, que faleceu na tarde de sábado (16), após cair de um andaime em uma construção na Vila Planalto, foi encaminhado à unidade por volta das 20h, mas seu corpo só foi liberado para a família no início da tarde de domingo, quase 15h após a confirmação do óbito.
Euclides Nunes da Silva, parente do operário, questionou a demora para que o corpo fosse liberado pelo IML. A justificativa está no horário de funcionamento do órgão – das 8h às 20h – dessa forma, não havia médicos disponíveis, no sábado à noite, para fazer a necropsia.
O chefe do IML e médico legista, Romeu Norte Pereira, afirma que, além da ausência de médicos à noite, as instalações do IML de Uberaba não oferecem condições adequadas para que os exames sejam feitos no período noturno. Ele destaca, entretanto, que a realização da necropsia à noite não é recomendável, a não ser para casos excepcionais, mas reconhece a necessidade de funcionários administrativos para melhor orientar as famílias. “No IML não tem nem guarda-noturno. E também faltam médicos para atender a demanda”, afirma.
Romeu ressalta que os dois atuais médicos-legistas irão se aposentar no fim do ano e, se até lá as vagas não forem preenchidas, as autópsias acabarão tendo que ser feitas em outras cidades.
De acordo com o delegado regional Francisco Gouvêa, um levantamento feito pela Superintendência Regional de Belo Horizonte, para toda a Polícia Civil no estado, aponta que a demanda de Uberaba exige oito médicos-legistas, mas só há dois disponíveis. “Estamos aguardando concurso público. A previsão é de que até 2013 o número de efetivos na área alcance índice satisfatório”, afirma.
O delegado acrescenta que está em andamento uma proposta municipal de reforma do IML, em negociação na capital. O custo previsto é de R$ 90 mil. “Não é um projeto caro, considerando o custo-benefício para a sociedade”, ressalta. Sobre a falta de equipamentos e materiais no IML, muitas vezes devido à demora de procedimentos administrativos, ele afirma que está em curso um projeto de descentralização do almoxarifado, para agilizar a distribuição de materiais.