O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu de forma cautelar o contrato com a Crefisa, instituição responsável por 25 dos 26 lotes do último leilão para operacionalizar pagamentos de novos benefícios previdenciários. A medida, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (21), interrompe a liberação de novas concessões enquanto prosseguem as investigações administrativas.
A decisão foi motivada por uma série de queixas apresentadas por beneficiários a órgãos como Procons, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à própria ouvidoria da Previdência. Entre os relatos estão atrasos no repasse de valores, obrigatoriedade de abertura de contas bancárias, venda casada de serviços, portabilidade não autorizada e precariedade no atendimento presencial com filas extensas, falta de caixas eletrônicos e estrutura insuficiente.
Para o advogado e especialista em Previdência Rômulo Saraiva, a suspensão expõe a necessidade de maior rigor na escolha das empresas contratadas pelo INSS. “É fundamental avaliar não apenas o preço, mas também a qualidade do serviço prestado”, destacou.
O despacho, assinado pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, atribui à Diretoria de Benefícios a adoção de medidas cabíveis. Em nota, o órgão reiterou que não tolera práticas que prejudiquem ou causem constrangimento aos segurados, sobretudo aqueles em situação de maior vulnerabilidade.
A Crefisa, até o momento, não se pronunciou sobre a decisão.