Rapper é acusado de criar um ambiente hostil e racista enquanto tentava desenvolver uma plataforma de streaming própria
O rapper Kanye West se envolveu em mais uma polêmica (Foto/AFP/Divulgação)
Kanye West é alvo de mais uma polêmica entre as várias que vem acumulando nos últimos meses. Segundo o portal americano TMZ, um processo movido contra ele por ex-funcionários alega que o rapper criou um ambiente hostil e racista enquanto tentava desenvolver uma plataforma de streaming própria.
Batizado de YZYVSN, o serviço não foi para frente, mas foi pensado para rivalizar com Spotify, Apple Music e Tidal, este criado por Jay Z. A ideia de Kanye era não pagar para promover seus novos álbuns, "Vultures" e "Vultures 2".
Para isso, ele e o sócio Milo Yiannopoulos contrataram uma empresa formada majoritariamente por funcionários negros e que tinha adolescentes a partir dos 14 anos em seu quadro, com o intuito de criar a plataforma de streaming e, mais tarde, o Yeezy Porn, um serviço de pornografia chefiado por sua mulher, Bianca Censori.
O trabalho era em boa parte remoto, mas nas plataformas usadas para comunicação, como Discord, Zoom e Slack, West e Yiannopoulos, bem como pessoas em cargos de confiança, teriam usado ofensas racistas e chamado os funcionários de "novos escravos".
Eles também teriam forçado os desenvolvedores a assinar acordos de confidencialidade e os menores, contratos dizendo que estavam trabalhando de forma voluntária. Caso se negassem, West e Yiannopoulos teriam dito que não pagariam os US$ 120 mil, cerca de R$ 671 mil, prometidos pelo desenvolvimento da plataforma.
Os funcionários também eram forçados a fazer longas jornadas de trabalho, num ambiente descrito nos documentos como "cruel e desumano", em que imperava um "tratamento degradante". Yiannopoulos ainda teria chamado um dos adolescentes de "atirador de escola".
Já durante o desenvolvimento do Yeezy Porn, Bianca Censori, que não é uma das partes no processo, teria enviado um link contendo vídeos de sexo para um funcionário. O problema é que os arquivos estavam disponíveis para que qualquer um acessasse, inclusive os funcionários menores de idade.
Em maio deste ano, a equipe entregou um dos aplicativos contratados, mas não chegou a ser paga pelo serviço. O processo exige o pagamento pelo trabalho e pelas horas extras, bem como uma indenização por traumas emocionais.
Procurados pelo TMZ, West e Yiannopoulos não se pronunciaram.
Fonte: O Tempo