O uberabense José Antônio dos Santos, o Marujo, que está a trabalho no Haiti há quatro meses em uma construtora rodoviária, deve estar junto à família, em Uberaba, amanhã. A decisão partiu da empresa onde ele trabalha como intérprete, a OAS.
“A empresa foi contratada pelo governo para cuidar da construção de rodovias naquele país. Com o terremoto e o caos que o Haiti está vivendo, certamente o foco do governo passará a ser as famílias desabrigadas, bem como feridos, mortos e solução de outros problemas que a cidade enfrenta,” explicou José Antônio, em entrevista online ao Jornal da Manhã.
Quanto à descrição das ruas repletas de corpos exalando odores, dada em entrevista à edição de ontem do Jornal da Manhã, a mesma cena deve permanecer por mais algum tempo, já que de acordo com o Ministério da Defesa do Brasil, há dificuldade de enterrar os corpos das vítimas fatais por falta de espaço e por questões culturais.
Segundo o relato, grande parte dos haitianos são seguidores da religião Vodu e não permitem que os corpos de seus parentes e amigos sejam tocados enquanto não forem concluídos os rituais espirituais.
Há também grande preocupação com a existência de cadáveres abandonados nas ruas, o que pode provocar epidemias. Ainda há pessoas que estão sepultando os mortos em encostas, com risco de exposição dos cadáveres nas chuvas.
O Ministério da Defesa confirmou o envio de 50 bombeiros brasileiros, com cães farejadores, além de 15 engenheiros para ajudar na remoção dos escombros de prédios destruídos para liberar o trânsito e resgatar corpos e feridos ainda vivos. O ministério disse ainda que há falta de água e comida para a população. O Brasil está enviando ajuda ao Haiti e outros países prometem o mesmo.
Até o momento, o número de mortos, ainda não foi definido, no entanto, Organizações não-governamentais falam em um número entre 50 mil e 100 mil.