Um mutirão de cirurgias de catarata realizado em 21 de outubro de 2024, em Taquaritinga (SP), resultou em complicações para 12 dos 23 pacientes operados, levando-os à fila do transplante de córnea. O problema veio à tona recentemente.
A Organização Social de Saúde (OSS) Grupo Santa Casa de Franca, responsável pelo Ambulatório Médico de Especialidades (AME) local, atribuiu as complicações a falhas no protocolo cirúrgico, afastando os profissionais envolvidos. A Vigilância Sanitária estadual interditou o setor de esterilização após identificar irregularidades.
A Prefeitura de Taquaritinga afirmou que o AME é um serviço estadual e que está disposta a auxiliar os pacientes locais, caso necessário. A Secretaria de Estado da Saúde não se manifestou até a publicação.
Os pacientes afetados foram encaminhados para acompanhamento médico em Araraquara e Ribeirão Preto, recebendo suporte e medicação. Eles passarão por nova avaliação médica. A OSS diz estar reforçando protocolos para evitar novos incidentes.
Casos semelhantes ocorrem em todo o Brasil, com registros de infecções graves e até perda do globo ocular por falhas na esterilização. Nos últimos 15 anos, 276 pessoas perderam a visão parcial ou total em mutirões de catarata.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) critica essas ações emergenciais, afirmando que o SUS poderia absorver a demanda ao longo do ano. Em 2023, mais de 1 milhão de cirurgias foram realizadas, com uma fila atual de 167 mil pacientes.
Após a cirurgia, é fundamental seguir cuidados para evitar infecções:
- Não tocar nos olhos e lavar as mãos frequentemente
- Usar colírios prescritos e óculos escuros para proteção
- Evitar poeira, luz intensa e esforços físicos
- Relatar de imediato qualquer dor, vermelhidão ou secreção à equipe médica
O acompanhamento médico é essencial para evitar complicações e garantir a recuperação adequada.
*Com informações do jornal O Tempo