As penas para os envolvidos no esquema criminoso podem ultrapassar 33 anos de reclusão (Foto/Divulgação/Polícia Federal)
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (26 de fevereiro), uma mega operação contra suspeitos de esquema de contrabando de migrantes, que levou mais de 600 pessoas para os Estados Unidos. A ação teve alvos em Governador Valadares, na região do Rio Doce, no Espírito Santo e no Distrito Federal.
A operação foi montada após investigações revelarem que o grupo criminoso, liderado por uma família em Governador Valadares, era responsável pelo agenciamento de 669 migrantes, que eram encaminhados para os EUA via México. A organização também contava com núcleos especializados na captação de migrantes, na compra de passagens aéreas, reservas de hotéis, falsificação de documentos públicos e na criação de contas bancárias em nome de terceiros para o recebimento de valores provenientes das vítimas.
Conforme a PF, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão (11 em Governador Valadares, 2 no Espírito Santo e 1 no Distrito Federal), além de 11 medidas cautelares diversas de prisão, como a apreensão de passaportes, e o sequestro de bens que pode chegar a até 43 milhões, com o bloqueio de contas bancárias. Todos os mandados foram expedidos pelo juízo da 3ª Vara Federal de Organizações Criminosas de Belo Horizonte.
Durante a operação, foram realizadas ainda duas prisões em flagrante, uma por posse irregular de munição e outra por resistência, além da apreensão de documentos, dinheiro em espécie, jóias e veículos.
Maior operação da história
Segundo a PF, essa é a maior operação de contrabando de migrantes já realizada pela instituição em Governador Valadares, considerando o número de vítimas identificadas. Estima-se que, com a análise do material apreendido, mais de 1.500 pessoas, entre maiores e menores de idade, sejam identificadas como vítimas da organização criminosa.
Os envolvidos responderão pelos crimes de participação em organização criminosa, promoção de migração ilegal, envio irregular de crianças ou adolescentes para o exterior, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsificados, com penas que podem ultrapassar 33 anos de reclusão.
Fonte: O Tempo