O relator do processo conhecido como “mensalão mineiro”, ministro Joaquim Barbosa, recebeu a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado pelo Ministério Público de peculato e de lavagem de dinheiro. Azeredo não teria registrado recursos usados nas contas de sua campanha ao governo de Minas Gerais, em 1998, em um suposto esquema que envolveu a empresa de publicidade SMPB, de propriedade de Marcos Valério.
Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa o processo de um esquema semelhante, que teria sido usado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e denunciado em 2005, pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Na época, Azeredo era governador de Minas Gerais e tentava a reeleição. Ao ler parte de seu voto ontem (4) no Plenário do STF, Barbosa disse ter identificado vários indícios da existência de “peculato” (desvio de recursos por funcionários públicos), cometido pelo senador, que na época foi derrotado por Itamar Franco. O relator, no entanto, deixou para amanhã a leitura da parte que trata do crime de lavagem de dinheiro.
“Faço uma síntese dos indícios que foram revelados, mas deixo para lê-lo amanhã [hoje] já que não teremos votos hoje [ontem]”, disse o relator, antes de encerrar a sessão. “Decido acatar a parte que trata de peculato e amanhã vou ler a parte que trata de crime de lavagem de dinheiro.”