Minas Gerais enfrenta em 2025 o maior surto de hepatite A dos últimos dez anos. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), entre janeiro e 2 de julho foram registrados 373 casos confirmados — um aumento de quase 70% em relação às 221 notificações de todo o ano passado. Esse é o índice mais alto desde 2014, ano em que o estado teve um recorde anterior com 159 casos no Estado.
A infecção viral, que provoca inflamação no fígado, é transmitida principalmente por ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas infectadas. Em 2023, Minas somou apenas 44 casos, número que sofreu um aumento superior a 400% em 2024. A escalada se manteve em 2025, com duas mortes confirmadas por complicações da doença em Minas Gerais.
Belo Horizonte concentra a maior parte dos casos. Até abril, a capital registrou 95 diagnósticos — uma alta de cerca de 265% se comparado ao período equivalente de 2024, quando houve 26 casos. Ainda não há um consenso sobre as causas do surto. Em resposta, as autoridades locais acionaram o Ministério da Saúde para investigar os fatores envolvidos.
Especialistas alertam que a transmissão por via fecal-oral ainda é o principal vetor, mas surtos também têm sido associados a práticas sexuais de risco, especialmente entre jovens.
A vacina contra hepatite A é oferecida no SUS, juntamente com orientações sobre prevenção, incluindo saneamento básico, uso de preservativos e higienização das mãos. A SES-MG reforça que manter a vacinação em dia, lavar bem frutas e verduras e evitar exposição a ambientes que possam estar contaminados são atitudes essenciais para reduzir novos casos.