Washington Luís - o décimo terceiro presidente do Brasil e o último presidente efetivo
Washington Luís - o décimo terceiro presidente do Brasil e o último presidente efetivo da República Velha - inaugurou a primeira estrada asfaltada do país, a Rio-Petrópolis, em 1938. E, entusiasmado pelo arrojado empreendimento, criou o lema: “Governar é abrir estradas”.
Esse presidente estava certo. O Brasil precisa melhorar e ampliar sua malha rodoviária, para oferecer segurança e conforto aos usuários, promover o crescimento das regiões e garantir boa relação custo-benefício. Nossas rodovias promovem integração, ligam-se estreitamente ao impacto econômico e possibilitam a mobilidade dos brasileiros, pois por elas trafegam cargas e passageiros. Tudo isso os governantes entenderam muito bem. Tanto que hoje o país é cortado por rodovias, umas ótimas e outras nem tanto. Talvez se Washington Luís ou qualquer outro presidente tivesse optado por ferrovias, em vez de rodovias, o país oferecesse melhores condições para o transporte de pessoas e mercadorias.
Apesar de a maior parte do escoamento de nossa produção de grãos acontecer através de nossas rodovias, o estado precaríssimo de algumas delas faz com que caminhões estraguem ou fiquem atolados no lamaçal. Exemplo emblemático é registrado na desastrosa rodovia Transamazônica (BR-230), implantada no regime militar, pelo presidente Emílio Garrastazu Médici. A obra, considerada faraônica, por suas enormes proporções, integraria a região Norte ao resto do Brasil. O projeto não foi concluído. Como não é pavimentada, o trânsito, na época das chuvas (outubro a março), é impraticável.
Por ser dispendiosa, a conservação de rodovias asfaltadas levou o governo a adotar uma parceria com a iniciativa privada, que passa a se responsabilizar pela manutenção de trechos da rodovia tirando proveito de pedágios cada vez mais onerosos para os usuários. Por isso mesmo o valor do pedágio esteve na pauta de negociação entre caminhoneiros e governo durante a greve que paralisou todo o país.
Para ceder aos justos pedidos dos caminhoneiros, vão ser tiradas verbas da educação e da saúde, setores sempre mal atendidos pela administração pública, com raras exceções. É estranho o governo jamais falar em economizar ou em cortar tanto os gastos exorbitantes quanto os desnecessários, como as mordomias governamentais. É mais fácil, para ele, usar a caneta para criar e aumentar impostos e taxas, para que o país possa “sobreviver”. O brasileiro já percebeu que o lema de nossos governantes é este: “Governar é criar e aumentar impostos”. E o contribuinte que se dane.