Essa foi uma ótima etapa para quem assiste e muito difícil para quem faz o show, ou seja, os pilotos. Mais uma vez, acordar as quatro da manhã ou esticar até esse horário valeu a pena. E o grande ingrediente de tudo foi novamente a presença da chuva. Assim como ocorreu na Austrália, ela foi o ingrediente principal para o festival de emoções. Na Malásia, a chuva também se apresentou no Q3, definindo o tom da corrida. Na verdade, não foi a chuva a culpada pelo embaralhamento do grid. A estupidez do alto comando das equipes Ferrari e McLaren teve maior parcela no resultado. Mas, voltando ao GP chinês, novamente vimos uma corrida que foi complicada pelo mau tempo, deixando as equipes desprovidas de uma tática eficiente e forçando as mais espertas a usarem uma espécie de tática para piloto. Foi assim com a McLaren e também com a Mercedes, Ross Brawn, o mestre das táticas, segundo a imprensa. Os italianos, por sua vez, não souberam utilizar essa cartada. Isso é algo que está se tornando comum em Maranello, após a saída de Jean Toldi. Essa falha gerou uma disputa direta entre seus pilotos. Jenson Button foi o cara do dia. Não apenas por sua habilidade como piloto, mas pela tática. A colaboração do alemãozinho da Mercedes também foi importante, já que perdeu seu carro numa freada, quando tinha uma vantagem de mais de quatro segundos em relação a Button. Porém, cabe às equipes decidir quem vai parar e/ou tentar alguma tática suicida no momento. E, dessa vez, Button foi o escolhido. Pela segunda vez na temporada. E, nas duas vezes, essa tática foi a menos lógica, já que o piloto não parou para trocar os pneus, enquanto a maioria optava por soluções que tinham o aval da meteorologia. O outro lado da moeda foi mostrado por Lewis Hamilton. O piloto foi o herói do dia. Lutou e ultrapassou muito, como já havia feito em GPs anteriores, e não chegou ao topo do pódio. Ele tem demonstrado ter um estilo muito parecido com o de Mansel. No entanto, é só aparência. Em condições normais, Hamilton vai ser o mais rápido. Bem, isso quando tudo for normal e depender somente de sua pilotagem. Quando é necessário usar a cabeça, as coisas mudam e a equipe parece ter gostado do jeitinho amigável de Button, sempre um "gentleman", com um sorriso nos lábios. Além do caso da “cútis”, fator utilizado pela equipe como forma de marketing e que foi eventualmente deixado de lado. Os ingleses são extremamente bairristas e têm os norte-americanos no vácuo nessa questão. Essa etapa teve como protagonistas principais o ganhador Button, que teve a tática como aliada; Hamilton, como o piloto do dia; Vettel, como o pole; Rosberg, o piloto que tinha a corrida nas mãos e foi infantil na hora H, além de ter dado uma senhora lição em Hamilton de como segurar uma posição com um carro inferior, porém, com uma mecânica igual; e o grande vilão dos torcedores brasileiros no momento, Fernando Alonso. O hispânico mais uma vez fez uma ótima corrida e pilotou muito, e como sempre demonstrou seu lado Dick Vigarista. Se não me engano, foi no GP da França de 2004 que ele deu uma das primeiras demonstrações de seu lado sombrio. A vítima foi David Coulthard, na velha pegadinha de frear antes do habitual e provocar a saída do outro piloto, que, na época, era piloto de ponta, enquanto Alonso tentava cavar seu posto. Como era cria do Briattore, não sofreu nenhum tipo de punição. Desta feita, Alonso sofreu uma punição por queimar a largada, mas mesmo assim chegou na quarta posição. Aquela manobra na entrada dos boxes o ajudou a conseguir uma melhor colocação no grid final, juntamente com as duas entradas do safety car. Assim como na corrida da Austrália, onde na primeira volta foi para o fim do grid, no término da prova estava em posição boa, em função da entrada do safety car. Sebastian Vettel largou mal e, aparentemente, a queima de largada do espanhol o afetou. Para complicar, Webber também superou o alemãozinho. O que se viu depois foi uma trapalhada atrás da outra, com a ajuda da equipe. Não podemos deixar de citar Kubica, que novamente colocou a Renault na zona de pontuação. O narigudo tem se mostrado o piloto que mais aproveitou seu equipamento no ano, pois devido a seus resultados relevantes, colocou a equipe como a quinta do mundial, atrás apenas das quatro grandes, McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes. Uma coisa é certa, o melhor carro até o memento é a RB 6, da turma do energético. Mas devido à sua baixa confiabilidade não é quem lidera. O segundo carro é a McLaren, mas que por ter um carro fora do regulamento, já na primeira prova ficou na moita, e ainda conta com um sistema revolucionário, que tem tirado noites de sono dos adversários. Mesmo estando atrás da moita se deu bem na Austrália devido à tática, e repetiu a dose no domingo. Mas em condições normais, deve dar muito trabalho com Hamilton. Mas em condições normais ninguém pode com os carros de Newey. E o nosso Massa depende de condições normais para demonstrar seu talento, porém, tem uma senhora encrenca dentro de casa para resolver. Nesse caso, não é só pilotagem, pois envolve marketing e dinheiro. Já Vettel deve reinar para cima de seu companheiro de equipe. Na Mercedes todos torcem pelo alemão, mas ele não tem colaborado. Como sempre citamos, sem um grande carro ele não é ninguém. Mas não se iludam, se a equipe conseguir um ótimo carro todos na equipe vão para o lado do queixudo, até os organizadores e parte da imprensa especializada.