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GP da Malásia

A segunda etapa do Mundial de F-1 foi demais. Pena que durou pouco. A corrida, para quem não sabe, foi interrompida na volta de número 31...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:22
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A segunda etapa do Mundial de F-1 foi demais. Pena que durou pouco. A corrida, para quem não sabe, foi interrompida na volta de número 31. Antes, foram trinta voltas de pura adrenalina. Aliás, esse campeonato de 2009 mostra-se o mais competitivo dos últimos tempos e olha que faz muito tempo que não temos duas corridas tão movimentadas em sequência. Foi um festival de ultrapassagens, pegas e cenas bonitas. Aquele pega do Lewis Hamilton com o Mark Webber foi demais, e uma disputa limpa. Foi algo para ficar na história. Desta feita, o inglesinho não jogou sujo, algo raro no currículo dele. Essa disputa me fez lembrar o pega do Villeneuve (pai) com uma Renault, numa época de ouro da F-1.   É isso aí. Estamos vivendo outra época daquelas, onde uma posição era disputada com fervor pelos pilotos. Button, mais uma vez, foi o vencedor, mas teve que trabalhar mais para ganhar. Como a corrida foi interrompida sem completar os dois terços, a pontuação ficou valendo a metade. Button fez cinco pontos; Heidfeld, quatro, e Glock, três. O segundo lugar de Heidfeld nos dá mostra do quanto a corrida foi maluca. O alemão, enquanto teve corrida com pista seca, era apenas um figurante, assim como o terceiro colocado, o Timo Glock, pois ambos estavam lá atrás. Glock se ressentia de uma péssima largada e o piloto da BMW apenas vinha levando o carro, mas os dois foram os únicos a optar por pneus intermediários na primeira parada para a troca de pneus para chuva, enquanto o restante da turma usou os pneus para chuva forte. Não sei se influenciados pela atitude da Ferrari, que foi a primeira a colocá-los, ou se o radar deles forneceu uma informação falsa. Essa foi essa tacada que guindou Glock e Heidfeld ao pódio. Mérito deles. Os dois pararam na volta número 22, estando mal posicionados na tabela, mas, com a troca acertada de pneus, pularam para a frente.   Insônia. Dois pilotos não devem estar dormindo bem ultimamente: O primeiro é Kovalainen, que em 2009 não conseguiu completar nem duas voltas. Bateu na primeira nas duas provas. Já vi esse filme em 1993, com o segundo piloto da própria McLaren, Nico Rosberg. Nico e sua Williams são os piores representantes da turminha do defletor. Tem sido ótimo na sexta-feira e ou no sábado naquele treino que antecede a classificação. E nesta etapa liderou a corrida até entrar nos boxes, para sua parada de reabastecimento, na volta de número 15. Caiu para o quarto posto e chegou a andar em segundo, mas conseguiu terminar em oitavo. O senhor dos treinos deve estar mal consigo mesmo e com sua equipe, que tem jogado muito mal. A turma do kers — Alonso, Kimi, Piquet e Massa — se deu bem na largada. Por falar no espanhol, o cara deu um show no quesito segurar carros rápidos. No começo, formou-se uma fila atrás do espanhol e quem conseguia ultrapassar logo abria uma boa vantagem em cima do piloto da Renault. Por falar em Renault, o carro deste ano se mostra horrível, não dando muitas perspectivas a seus pilotos. Já o chefe da equipe, Briatore, tem rasgado o verbo pra cima da turma do defletor. A última dele foi afirmar que, de repente, assim do nada, o Nakajima tornou-se um piloto rápido, em alusão ao carro que ele pilota.   Asneira. Os italianos voltaram a fazer besteiras. É inacreditável como são capazes de cometer tanta asneira num final de semana. Acho que está na hora de chamar de volta o Jean Todt. Na sexta-feira, os carros vermelhos dominaram os treinamentos e, sempre com o Kimi na frente do Massa, na cabeça deles foi um belo dia. No sábado, começou o festival de erros. Felipe Massa não conseguiu ir para a Q2, algo inacreditável para uma equipe com o orçamento da Ferrari. Um sábado ruim. Já na corrida, acabaram com o desempenho do finlandês ao colocar aqueles pneus quando ainda nem chuviscava direito. Ainda bem que o piloto anda de bom astral. Foi até engraçado ver ele dentro dos boxes, sorrindo e tomando sorvete, enquanto os outros pilotos estavam se molhando, à espera da decisão dos comissários se teria corrida ou se acabaria por ali mesmo. Um domingo horrível ou seria deprimente. Há exatos trinta anos, em 1979, um carro dominou as primeiras corridas, chegando a fazer dobradinha no GP Brasil. Era a francesa Ligier. Um mês depois, na terceira corrida do ano, os dois carros não terminaram. Acredito que a turma dos sem defletores está precisando é de um intervalo no campeonato para desenvolver o artefato.   Copiando. Na F-1 sempre é assim. Quando alguém tem uma boa idéia, ela é copiada o mais rápido possível. Ferrari, Renault, McLaren e BMW já estão com seus genéricos a caminho. O maior empecilho tem sido a frequência das etapas e todas longe das sedes das equipes. Há, ainda, o fato de ninguém poder treinar; agora é só no simulador e, certamente, nos treinos de sexta-feira. Na verdade, o carro da Brawn é todo pensado para criar mais efeito aerodinâmico, desde o aerofólio dianteiro, passando por toda a parte do assoalho e terminando no defletor traseiro, que é apenas um dos elementos do conjunto. Até a saída do escapamento é pensada de maneira a criar mais aderência. Esse carro não vai se tornar um Force-Índia apenas retirando seu defletor traseiro. Os outros chefes de equipes já devem ter percebido isso e tentam, via politicagem, diminuir o atraso.   Indy. No final de semana também teve Nascar e a vitória foi de Jeff Gordon, líder do campeonato, que enfrentava um jejum de quarenta e oito etapas sem vencer. Também a F-Indy correu pela primeira vez no ano, mas confesso que, depois de assistir a uma corrida tão movimentada como a de domingo, na F-1, foi difícil ver a turma da Indy correndo numa pistinha estreita, sinuosa, onde ultrapassar só era possível numa grande e larga reta, que nada mais era do que uma pista de aeroporto.   Uma ótima semana a todos!

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