Para quem esperava um GP agitado ou mais uma daquelas manobras estúpidas do inglesinho Lewis Hamilton, essa etapa foi como um balde d’água fria, em vários sentidos.
O piloto da McLaren foi impecável em sua pilotagem. Liderou todos os treinos, foi o pole, venceu com extrema facilidade e, ainda, foi o autor da volta mais rápida. Não fez nenhuma merda e pilotou como gente grande. Mas, claramente, monitorado pelo rádio da equipe. Curiosamente, Hamilton saiu do GP da China, em 2007, com sete pontos de vantagem e conseguiu perder o campeonato em Interlagos, para o Kimi. Agora, tem os mesmos sete pontos de vantagem.
Pela lógica, nada disso deve se repetir. Hamilton não é mais o mesmo, principalmente pelo fato de a equipe o manter sob rédeas curtas, apesar da torcida contra nesses momentos cruciais. Nesta temporada, tudo é diferente. Hamilton não tem um inimigo no seio da equipe e seu único rival é o da equipe vermelha, equipe esta que, nesta fase, parece mais trabalhar para perder o título do que para ganhá-lo. Os italianos não perdem tempo nem esforços para tal feito.
Usando aquela teoria do mal, até parece que o teatro está armado há tempos. Se no ano passado a McLaren roubou no jogo e sofreu o castigo com a perda dos pontos no campeonato de construtores e o título no de pilotos, fora aquela multinha, paga com o dinheiro que a equipe deixou de ganhar, e não tirado do caixa. Aparentemente, tudo meio que armado pelas mentes insanas que comandam o espetáculo.
Pelo jeito, agora chegou a hora de devolver a gentileza, levando em conta que o time inglês, apesar de toda a arrogância e dinheirama, não vence um campeonato sequer desde 1999. A vitória da Ferrari no ano passado apenas se deveu ao acordo de caloteiros, pois os vermelhos não estavam no mesmo nível. Neste ano, tirando as duas últimas corridas e os GPs da Austrália, Mônaco, Inglaterra e Alemanha, a McLaren nunca foi páreo para os italianos. Na verdade, a Ferrari só não é campeã antecipada nesta temporada devido aos seus próprios erros, pois teve o melhor conjunto na maioria das etapas.
Como diz a lógica, a situação ficou quase impossível, mas ainda restam dez pontos em jogo e a última corrida nem começou. Além disso, nem sempre da à lógica. Se Felipe Massa conseguir, vai quebrar um tabu que perdura desde 1950: o de um piloto vencer o campeonato em casa. Isso só aconteceu no primeiro ano da categoria. Desde então, não se repetiu. E deixando a lógica de lado, vamos para Interlagos torcendo pelo impossível, o que às vezes acontece. Estaremos lá para ver e torcer, com a força que nos resta: a esperança.
Não podemos jogar a toalha, porque a luta ainda não acabou. E se a lógica prevalecer, vou creditar a perda deste título do nosso piloto a uma série de acontecimentos infelizes, sentindo pena dos tifoses e de nós, brasileiros apaixonados pelo automobilismo. Porém, nunca terei uma nesguinha de dó da equipe italiana e dos "malas" que comandam esse espetáculo. Às vezes, a Fórmula 1 nos deixa transparecer que deixou há tempos de ser um esporte de massa e que se trata apenas de um grande negócio para alguns. Pelo jeito, apesar de eu não acompanhar, outros esportes também partiram para esse tipo de gestão.
Uma ótima semana a todos!