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GP de Barcelona

Enfim aconteceu o tão esperado primeiro GP em terras europeias. O GP onde quase todos trariam suas evoluções aerodinâmicas, principalmente aquela turminha que sempre andou na frente e até agora...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:47
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Enfim aconteceu o tão esperado primeiro GP em terras europeias. O GP onde quase todos trariam suas evoluções aerodinâmicas, principalmente aquela turminha que sempre andou na frente e até agora vinha andado atrás. Para falar a verdade, pouca coisa mudou, ou seja, a Brawn ainda é a melhor e a Red Bull vem no vácuo. E a grande surpresa foi a melhora do carro dos italianos. Eu disse do carro porque a equipe continua a mesma trapalhona, pois errou na classificação e errou na corrida. Foram erros imperdoáveis para uma equipe que chega ao nível dessa competição. Nem a Force Índia, que é a nanica do grid, foi capaz de sofrer uma pane seca em sua breve existência. Ah! E esta foi a corrida mais fraquinha de 2009, apesar de ter começado bem agitada, com uma bela largada dos brasileiros Rubinho e Massa e um senhor acidente, logo depois da primeira curva. Mais uma vez, o Safety-Car se fez presente, desta feita com cronometragem da volta mais rápida da Mercedona. Depois da relargada, Barrichello impôs um ritmo de classificação na corrida, chegando a abrir um segundo e meio de Button, mesmo estando mais pesado. E mais atrás, Massa parecia estar em outra Ferrari, que em nada lembrava aquela que tinha corrido nas edições anteriores desse campeonato e conseguia segurar a ótima RB5 de Vettel. Em parte, devido ao péssimo traçado espanhol, que não ajuda nas ultrapassagens. Mas que era outra Ferrari era.   Aí vem a primeira parada de reabastecimento do carro do Button (o combinado antes da corrida era fazer três paradas, parar de usar os pneus macios por mais tempo e sempre com o carro leve). Só que, na parada do inglês, a tática foi mudada e colocaram combustível para somente mais uma parada. Uma volta depois, entra o carro de Barrichello e colocam apenas seis e meio segundos de combustível, ou seja, para mais duas paradas. Até aí o carro do Rubinho era o mais rápido da prova. Esses seis segundos e meio de combustíveis colocados eram suficientes para dezenove voltas, aproximadamente. Momentos depois do reabastecimento do Barrichello, o rádio da equipe avisa: Button mudou do plano A para o plano B. Sem dar qualquer chance de reação ao Burrinho. Mais estranhamente, ainda, foi a equipe Brawn chamar o carro do Barrichello de volta aos boxes, depois de dez voltas apenas (deveria ter combustível ainda para umas oito ou nove voltas). Depois disso, o carro 23 não conseguiu mais fazer os tempos que vinha cumprindo anteriormente, ou seja, no começo da prova. Não quero desmerecer a corrida do inglês, pois foi o ganhador, mas desde a coluna do GP do Bahrein venho chamado a atenção das táticas da equipe para o carro 23. Na ocasião, citei como indigerível a situação. E, agora, não tem muito o que dizer. O piloto escolhido para ganhar é o inglês. Ele está numa equipe inglesa que tem como principal patrocinador uma empresa inglesa e o dono da equipe também é inglês. Pra terminar, a sede da equipe é na Inglaterra. Chega, né! Não sou advogado do Barrichello, pois muitas vezes o acho infantil. Mas desta feita ele estava rápido, comandando o ritmo, e armaram para ele mais uma vez. Esse cara tem uma sina que sai da frente! A cachorrada já começou na classificação, pois a equipe havia combinado que os dois carros da equipe (Brawn) teriam o Q3 com o mesmo peso, ou seja, 649,5 kg. Mas o do inglês, após a pesagem oficial da FIA, tinha exatamente 646 kg e foi o pole. Já o do Rubens Barrichello estava, segundo a FIA, com 649,5 kg   Após a corrida, Ross Brawn, que de bobo não tem nada, partiu para a tática de que a melhor defesa é o ataque. Ao dizer que não entendeu a causa do baixo rendimento do Rubens, pois a melhor tática estudada pela equipe era a de três paradas, com o uso de pneus macios, deixando os duros para o final, num trecho curto. Disse que não entendeu o Rubens e que, para falar verdade, achou o piloto muito lento. Esse comentário já começou a render muito disse-que-disse. Até no GP da Espanha o clima entre os dois pilotos era dos mais amigáveis. Pelo menos para a imprensa, a relação entre Barrichello e a equipe também era das melhores, apesar dos furos anteriores, na China e em Bahrein. Agora, depois de o Ross chamar o Barrichello de lento e de Rubinho dizer a Brawn que não vai reviver os tempos de Ferrari, o caldo deve entornar. Para piorar, o brasileiro já declarou que vai ignorar ordens da equipe Brawn. Quem vai se dar mal nisso tudo é o Rubinho, pois na F-1 de hoje é impossível fazer aquilo que o Nelson Piquet fez em 1997 — acertar um carro para ele e esconder o acerto para o resto da equipe — e, o pior, o jogo psicológico que o Nelsão tinha para desestabilizar o inglês o Rubinho nem sonha em ter. Esperem para ver.   Esquecendo dessas lambanças todas, aconteceu mais uma bela corrida do Mark Webber. Aquela devolução de ultrapassagem no final da reta para cima do Alonso valeu o ingresso. A tática de mineirinho do australiano ficou comboiando o Vettel e o Massa, mas, quando sobrava um tempinho de pista limpa, ele baixava a bota e ganhava terreno. Assim, enquanto o Galvão falava asneiras (o KERS não consome gasolina), esquecia-se da bela corrida do Webber e, o pior, induzindo o Burt e o Reginaldo a erro. Esse Senhor deveria concentrar-se apenas em narrar a corrida e parar de dar aqueles palpites estúpidos, hipócritas, não teimar com Burt e Reginaldo, que são ponderados e entendidos no ramo, e parar de tentar adivinhar a preferência dos mecânicos da Ferrari sobre ou Kimi. Maneire, Magdo, por favor! Na semana que vem, não tem F-1. Assim, poderemos falar das outras categorias. No outro final de semana, será a vez da tradicional etapa de Monte Carlo, que normalmente é outra corridinha dura de ver. Parece uma procissão de carros, mas é a etapa mais charmosa do calendário. Pelo que fez na classificação em Barcelona, Massa pode até fazer bonito no principado, se depender apenas dele e do carro. Coincidentemente, também é o dia do tradicionalíssimo 500 Milhas de Indianápolis, no qual nosso Helinho Castroneves, recém-inocentado pela corte de Miami, já conquistou a pole. Este, sim, é um ser de sorte!   Felicidades a todos!

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