A quarta etapa do mundial de F-1 foi movimentada e com boas disputas, como todas desta temporada. Mas não teve a mesma intensidade das anteriores, pois, do meio para o fim, a turma se acalmou e a disputa assumiu um ritmo mais tranquilo. Pela primeira vez na temporada, aquela bela Mercedona (Safety-Car) não foi acionada e, mais uma vez, o companheiro do Rubinho, Jenson Button, conseguiu se sair bem. Foi sua terceira vitória em 2009, porém não tão fácil como as anteriores. E o carro da Brawn GP já demonstra que precisa de evolução, pois o resto da turma vem chegando perto e no qualifyne isso já é evidente. Espero que as atualizações para a Espanha sejam eficientes. Por falar em qualificação, foi nela que começaram as surpresas. Weber não foi para a Q2. Trulli, com um carro um pouco mais pesado (648,5 kg) do que o do companheiro Glock (643 kg), conseguiu a pole. E, pasmem, Vettel, que na China estava levinho, desta feita conseguiu repetir o terceiro posto com um carro bem pesado (659 kg), à frente de Button e Hamilton, ambos com 652,5 kg. Rubinho, com 649 kg, conseguiu apenas o quinto no grid. Horrível, pois estava mais leve que Button e Hamilton. A explicação só veio no domingo. O sistema que muda a inclinação do aerofólio dianteiro travou na posição de mais ângulo e, assim, seu carro perdia muito em reta. Será? Se for isso, só acontece com ele. É muito azar! Trulli foi quem mais perdeu no Bahrein, pois estava com a faca e o queijo nas mãos. Sua péssima largada e a tática errada dos japas para a prova distanciaram-no da vitória. Não é fácil de entender a Toyota; das três equipes que lançaram o difusor duble deck, é a única que tem orçamento para evoluir rápido. E nesse GP eles tinham uma vantagem a mais, pois têm mais horas de vôo no circuito barenita do que a maioria dos rivais. As exceções são a Ferrari e BMW. Na cabeça do piloto, o terceiro lugar na etapa foi como uma derrota. Sua expressão no pódio confirma a decepção do italiano. Como consolo, ficou com a volta mais rápida. Já para Vettel, o segundo lugar foi quase uma vitória, pois muitos achavam que o RB5, no seco, não seria carro para estar no pódio. Esse moleque já é o terceiro do campeonato, estando a um ponto de Barrichello, o vice. Segura o alemãozinho!!! Red Bull dá asas, mas no caso dele, voara muito mais quando seu contrato com a turma do energético acabar em 2010. Ele será da McLaren ou da Ferrari, para desespero do dono de seu passe. Hamilton e a McLaren vêm meio que mineiramente, devagarzinho e sempre. A equipe repetiu o quarto posto da China. Como citei na coluna passada, os ingleses já tinham uma versão do difusor pronta na pré-temporada em Jerez. Não o usaram e desenvolveram por acreditarem que ganhariam na política ou no grito, juntamente com Ferrari, Renault, BMW e Cia. Mas a turma que manda na Fota não está com muita moral para com os cartolas (Max e Verme). Os franceses conseguiram mais um pontinho e, pelo andar da carruagem, esse carro de 2009 é mesmo uma carroça. Mesmo com evoluções aerodinâmicas e tempo, não vem. A BMW, que treinou no Bahrein na pré-temporada, fez sua pior apresentação desde que entrou no circo. Os alemães estão, agora, mais perdidos que os franceses. Aquele segundo lugar do Heidfeld mascarou a verdade sobre o desempenho do carro. A Ferrari, finalmente, conseguiu uns pontinhos, mas continua errando feio. Aquele último pit do Räikönein foi mais uma demonstração de falta de profissionalismo no boxe italiano. Nos bons tempos, aquela parada seria de 5 a 5,5 segundos. Na verdade, era só o tempo de trocar os pneus, pois o combustível a ser colocado consumiria apenas 4 a 5 segundos. O carro do Massa sofreu de inúmeros problemas e, novamente, as falhas elétricas se fizeram presentes. Mas, também, demoram três voltas para mandar o piloto parar e trocar o aerofólio dianteiro estragado!... Nada foi mais estranho, porém, do que a corrida do Barrichello. Não é digerível aquela mudança de tática quando o piloto era o mais rápido na pista e chegou com tudo no grupinho formado por Trulli, Vettel e Hamilton, mas depois, com pneus novos e pouco combustível, o carro não rendeu bem. Esse tipo de jogada era utilizada nos tempos do alemão. Só que, para dar certo, o piloto tem que andar no limite o tempo inteiro, mas não foi isso o que aconteceu. As táticas da equipe para com o segundo piloto têm sido das mais estranhas. Na Malásia, tanto Button quanto Barrichello realizaram três paradas. Button gastou no total 1:18.396 enquanto Barrichello utilizou 1:28.813, ou seja, dez segundos a mais, com o carro 23. Na China, na última parada do 23, não trocaram os pneus e, depois, a chuva aumentou e tchau Rubinho. Agora, mais essa. A sorte também não tem favorecido nosso piloto. Aquele defeito do aerofólio na qualificação é demonstração disso, mas essa última foi dolorida! No final de semana passado, tivemos a etapa de Talladega, na Nascar. Esse circuito é desafiador e temido por muitos. Não é para menos. Logo no início da prova, um acidente teve quatorze carros envolvidos. Esse tipo de acidente, para quem não sabe, é chamado por lá de Big One. E o melhor é que ninguém se machuca. A prova teve mais dois grandes acidentes, o último deles a poucos metros da linha de chegada. O carro do líder fechou a porta para o segundo colocado, que respondeu com um totó e, assim, o carro do Carl Edwards, descontrolado, foi colhido pelo carro do Ryan Newman. Após o impacto, o carro de Edwards decolou e atingiu o muro e a grade de proteção para o público. Vale a pena conferir no You Tube. O vencedor foi o novato Koselowsky, com um Impala SS. A prova teve mais 47 trocas de líderes e 25 pilotos ocuparam a primeira posição. Uma ótima semana a todos!