Sou antigo assinante da Folha de S.Paulo – um jornal praticamente completo em seus noticiários. Com surpresa e alegria amanheci neste domingo vendo – e lendo – na primeira página os nomes de Uberaba e Uberlândia como exemplo deste novo Brasil do progresso. A notícia se estende lá dentro e detalha nossas características. De Uberaba conta a historia do zebu na melhoria do gado brasileiro, a nossa exposição de maio e na atualidade a entrada em fase industrial das usinas na adubação das lavouras de cana, soja e milho. De impressionar conta a construção da usina central, a usina de amônia que vai revolucionar todo este Brasil Central. De Uberlândia as indústrias e o comércio de investimentos extraordinários e corajosos. Eu me lembro bem que há mais de 30 anos, abrindo fazendas no vale do Guaporé-MT, eu me abastecia comprando da Alô Brasil tudo que de Uberlândia levavam àquele desconhecido Brasil. E de gorjeta foi lá em Cuiabá que fiquei conhecendo este lord que é o amigo Luiz Garcia. Todas as notícias me serviram para ignorar a ignorância daquele “informante” da Folha dizendo ser absurdos os investimentos que o Governo estuda e pretende aplicar ao Brasil de Brasília para cima, Tocantins, Pará, Amapá, Amazonas, etc. – cujo futuro deverá repetir nossa Uberaba e Uberlândia. Por certo este “metropolitano sulista” acha que o dinheiro deve ficar ali na sua roça, Rio, São Paulo, Rocinha, trombadas de metrô, tóxicos e depravações de toda sorte – além das corrupções e roubos que seus próprios jornais diariamente anunciam. Faz mal não, gente, a Folha conta um pouco da nossa história... e exemplo. Fiquei vaidoso com aquela reportagem, e achei que merece e substitui a crônica desta semana. Mas... nem tudo é ouro e vaidade. Fico sabendo que ontem a nossa Associação – ACD – que cuida dos deficientes físicos está na draga, sem dinheiro até para pagar funcionários, sem dotações orçamentárias, sem participação das empresas e dos ricos que nos regem a vida. Lá são atendidos uns quarenta deficientes, alguns saíram por falta do que ter ou fazer, são crianças deficientes que apenas acontecem na AACD – que recebe melhor destinação financeira. Mas, no fim e tudo... devagar e manso se desata qualquer enlaço, janeiro afofa o que dezembro endurece... diria meu João Guimarães Rosa.
(*) Médico e pecuarista