Esta exclamação é histórica e obrigatória na cúria romana católica. Ela encerra a reunião dos cardeais católicos, confinados, discutindo e elegendo o novo papa. É proclamada na janela da praça de São Pedro, onde uma multidão de católicos permanecia à sua espera. Existe uma alegria, uma festa e uma esperança da multidão, todos agora garantidos pela escolha que Deus havia indicado e assegurado. É verdade, a Igreja não gosta de admitir, mas de vez em quando Deus estava distraído e o pau quebrava na convenção, não interessa saber como nem porque, a convenção é secreta e absoluta. O resultado, fosse qual fosse, era aceito ou engolido e iria durar até a morte do novo papa. Bem, minha crônica é de baixo calibre, esbarra aqui nas adjacências – e você, meu leitor viciado, vai mais uma vez pensar que estou endoidando. Por isto, deixo Roma de lado e retorno à nossa terra. Terminamos uma eleição merreca, atestada pelo desentusiasmo e enorme abstenção de votantes. Qualquer um que captasse a metade dos votos ausentes seria o novo prefeito – uma situação preocupante para o eleito Piau e o contendor Lerin. Governar é um desafio terrível: a alegria da vitória dura pouco, logo em seguida vem os pedidos, as exigências e necessidades dos governados. Os que estavam “do outro lado” jogam casca de bananas, os do lado “de cá” choram berros de bezerros mal-desmamados. Por mais incrível que seja, o Piau pode cortar o sorriso vencedor e soberano, o pau vai quebrar. Olhe, por exemplo, a cara do Anderson (na minha opinião, um dos melhores prefeitos acontecidos) e comparam a inicial com esta terminal da sua vida prefeitural... (Lídia, existe “prefeitural”?). Agora, e para nós todos, o importante é este “habemus Papa”. Tirem o dedo do pinguel, guardem suas garruchas, meus amigos. Para nós todos o interesse está no sucesso de nossos governantes. Quem tiver medo ou despeito que arranje uma foto maiúscula do Joaquim Barbosa e pregue na porta de sua casa ou no banheiro, frente da privada. O tempo julgará, não você. Igual lá na roça, o cavalo de força e trabalho vão suar no cavador do rabo!
(*) Médico e pecuarista
