Tenho na memória há anos uma bela história de amor, que agora compartilho com os leitores.
Durante anos, prestei serviços ao Uberaba Tênis Clube. O saudoso Olímpio Capucci, coração honesto, íntegro, primeiro presidente com quem trabalhei, por não me conhecer, guardou reservas em nosso relacionamento, até perceber que eu realmente me empenhava na atividade administrativa para colocar o clube nos eixos. A partir de então, Olímpio foi se abrindo comigo. Ele era excelente encanador, e seu filho Pedro trabalhava com ele.
Numa de nossas primeiras conversas particulares, Olímpio me contou que, percebendo sua preocupação com os rumos do clube, Pedro passou a acompanhar o andamento dos negócios da entidade. Porém, o rapaz logo desistiu, diante do bloqueio do pessoal da administração. “E você conseguiu logo” – arrematou Olímpio, referindo-se a mim.
Um dia, ouvi de Olímpio uma história singular. Sua saudosa esposa, Noêmia, adoeceu. Segundo o médico, ela precisava caminhar para recuperar alguns movimentos. E como conseguir que ela fizesse isso? Neste momento da narração, Olímpio enxugou as lágrimas.
Seu filho Pedro, aliando força e delicadeza, com seus braços envolvia a mãe, colocava-a de pé e, com dedicação e perseverança, fez a mãe caminhar em pouco tempo. Depois, Olímpio me disse, ainda emocionado, que, naquela época, embora Noêmia deixasse os braços de Pedro roxos, brincando de beliscá-los, o rapaz não se importava; até achava graça.
Com a morte do pai, Pedro tornou-se presidente do clube e tivemos maior convívio. Mas foi o gesto de amor à mãe que mais me fez admirá-lo.
Hoje, Pedro é advogado. Não foi só a inesquecível história de seu crescimento pessoal que me deixou feliz. Mais feliz ainda fiquei por perceber a alegria do pai dele. Que Deus sempre abençoe Pedro pelo seu nobre e inesquecível gesto de amor à mãe. E que todos os pais possam ter um filho como o Pedro em sua vida.