Encerramos mais um ano, o de 2018, falando de família, olhando para a Família de Nazaré
Encerramos mais um ano, o de 2018, falando de família, olhando para a Família de Nazaré, que se apresenta como “ícone familiar”, modelo para as famílias de todos os tempos e lugares. A identidade familiar se baseia no relacionamento e no amor entre seus membros. Amor que permeia entre as pessoas e os atos que são realizados durante a convivência na história de cada família.
As mudanças na cultura provocam também novas posturas familiares. Assim podemos até dizer que “não temos mais famílias como antigamente”. Há ampliação do sentido de família, superando a visão de parentesco que vem dos laços sanguíneos. Onde há laços de convivência, de relacionamento e fraternidade, podemos dizer que ali existe uma família. Falamos da Igreja como uma grande família.
A família brasileira ficou ferida com a tragédia acontecida na catedral de Campinas, quando um atirador mata e fere devotos que participavam de uma missa, e se suicida. Ao lado de fatos como o de Campinas, outros acontecem a todo instante, aqui e ali, que causam descontentamento e insegurança para as pessoas. Somos uma família sem perspectivas de unidade e corresponsabilidade.
Que tipo de família brasileira todos os cidadãos esperam ser na chegada do novo ano, principalmente na expectativa em relação a uma nova gestão administrativa do país? É importante torcer por uma boa ação governamental e que ela seja feita com honestidade, com justiça e esforço concentrado para construir uma nação sólida, saudável e comprometida com a vida e a dignidade do seu povo.
Normalmente, as famílias têm preocupação com seus filhos e querem o bem para eles. Este deve ser o agir dos dirigentes à frente do país. Analogicamente, os cidadãos são filhos adotivos dos políticos, porque votam esperando dos eleitos ser tratados com respeito. Isso significa cuidar da nação com responsabilidade em tudo que favorece o bem comum e uma vida com dignidade.
Revisitando agora a Família de Nazaré, alguma mudança deve acontecer nos relacionamentos diuturnos e na constante busca de perfeição de amor e fraternidade. Ao iniciar mais um ano, certamente também com grandes desafios, é necessário percorrer caminhos novos e romper com a mentalidade fechada e incapaz de conquistar novos horizontes na vida familiar e fraterna.
(*) Arcebispo de Uberaba