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Incentivar o incentivo

Daqui a cinco anos estaremos protagonizando um dos maiores espetáculos da Terra. Nosso país, mesmo com todos os seus problemas ainda por resolver, conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo...

Paulo Fernando Borges
paulofernando1981@gmail.com
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:24
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Daqui a cinco anos estaremos protagonizando um dos maiores espetáculos da Terra. Nosso país, mesmo com todos os seus problemas ainda por resolver, conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014.   Dois anos depois, em 2016, o Rio de Janeiro, sede dos Jogos Panamericanos de 2007, tem chances de acolher também os Jogos Olímpicos, a maior festa do esporte mundial.   Assim como aconteceu em 2007, a nação já começa a se maquiar, tendo em vista as visitas dos órgãos competentes, aprovadores ou não de tais eventos em determinados países. Ou seja, a violência, o tráfego de drogas, os vergonhosos sistemas de saúde, educação e penitenciário continuam os mesmos em sua essência, porém, por fora, dão a impressão de funcionarem de forma magistral. Nada contra o esporte. Pelo contrário. Acredito, sem demagogia, que, em parceria com a boa formação educacional, o esporte é uma das alternativas mais viáveis para nosso querido Brasil dar condições dignas aos seus filhos. Por outro lado, investir no esporte para fazer bonito aos visitantes é pura bobagem. Gastar recursos da máquina pública apenas para o país sair bem nas fotos das férias de turistas, é jogar dinheiro fora.   Estados Unidos, Cuba, Rússia e outras potências olímpicas investem no esporte de forma constante. Por isso, em tempos de Olimpíadas, lá estão estes países, no lado de cima dos famosos e já conhecidos quadros de medalhas.   Você, caro leitor, amigo e torcedor, pode até afirmar que eles investem muito em esporte. Algo inimaginável para nós, se compararmos a nossa economia às economias destes gigantes do primeiro mundo. Entrementes, além de investir alto, eles investem da maneira correta. Algo quase inimaginável se olharmos a nossa realidade. Digo quase inimaginável, porém, não impossível.   Infelizmente, mesmo com tamanha necessidade de se investir no esporte, o governo brasileiro, acusando a atual crise econômica mundial, anuncia um corte – provisório – de 94,5% no orçamento para a área. Com isso, os investimentos que chegavam a R$ 1,3 bilhão, podem passar – se o corte for confirmado – para R$ 75 milhões. Dessa forma, a candidatura da Cidade Maravilhosa à Sede Olímpica pode e deve ser afetada.   Certo mesmo é que os recursos da Lei Agnelo/Piva – a qual determina o repasse de 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro – e da Lei de Incentivo Fiscal não devem ser afetados, pois não partem do orçamento direto do governo.   Sendo assim, é hora de “incentivar” a Lei de Incentivo Fiscal. Empresas não perdem e o esporte ganha muito se tal Lei “entrar em campo” p’ra valer.   Mais do que simplesmente apoiar o esporte, empresas e empresários precisam tomar consciência de que estarão ajudando o país. Subir ao lugar mais alto do pódio e ouvir o Hino Nacional sendo cantado por atletas que dedicam suas vidas para poder representar a nação, mesmo que sejam fatos emocionantes e motivos de lágrimas de alegrias, são simplesmente pequenas partes de um todo.   O todo, a vitória mesmo, é saber que muitas crianças e jovens sujeitos à violência e outros males sociais estarão em quadras, piscinas, campos e pistas competindo em suas modalidades esportivas, ao invés de estarem correndo da polícia ou se escondendo de balas perdidas por aí.   É. Vale a pena incentivar! Tenham todos um ótimo final de semana!

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