O Mundial de motos realizou, depois de vários anos, uma etapa no bom e tradicional Silverstone. O circuito foi remodelado e assim pôde receber a turma das duas rodas. E a novidade foi a categoria 125cc, que sempre é a primeira etapa do dia, ser realizada no final, no lugar da Moto GP. A explicação lógica seria para não haver conflito de horário com a Copa do Mundo. Verme diz, em voz alta, não temer a situação e o futebol e que, se a competição fosse tão boa, seria realizado um campeonato todo ano, como acontece com a F-1. Ele é sempre ele e sabe contornar as dificuldades como ninguém. Conheço muita gente que não sabe dividir as duas paixões do brasileiro e pensa como o Verme.
A primeira categoria do dia foi a Moto 2 que substituiu a 250cc. Essa nova categoria se tornou a sensação do mundial, pois largam mais de quarenta motos e a maioria com desempenho parecido e isso tem proporcionado pegas memoráveis. Para falar a verdade, no começo não achei legal essa ideia de banir a tradicional 250cc. Onde já se viu tirar uma categoria que surgiu junto com o mundial e que sempre foi uma escada para a categoria rainha! Mas depois de matarem os dois tempos de 500cc em nome da poluição, o salto de 250 para 800cc hoje e que já foi no primeiro instante para a 990, ou seja, uma 1000cc era muito grande. Mais o grande sucesso da Moto 2 é justamente no custo da moto e da temporada.
Analisando friamente é quase impossível na lógica ver uma moto de 250cc ser quatro vezes mais cara que uma 600cc quatro tempos. Isso só é quase inexplicável, mas é real. Uma moto de 250 dois tempos ser incrivelmente caríssima frente à uma 600 quatro tempos, que tem teoricamente um custo de produção menor. Mas não se enganem, essa turma que está construindo os chassis da Moto 2 logo vai inflacionar o custo de produção e vão cobrar o prejuízo do momento. Os motores já são mais fáceis de ser controlados, pois são todos fornecidos apenas pela Honda e, teoricamente, são iguais para todos.
Depois de ver as primeiras etapas dessa categoria fui obrigado a mudar de opinião, e como todos que acompanham esse campeonato, elegi essa como a melhor categoria do momento. As disputas acontecem a todo tempo, assim como era a 125cc até o ano passado. Por falar em 125cc essa categoria também tem tudo para ser renovada com motos quatro tempos e de construção barata. Se for seguir a receita da MotoCross deverá ser uma 250cc a mais leve possível para que tenha um rendimento à altura das 125cc dois tempos. A Moto GP também deve sofrer alterações, pois, não tem como a categoria principal largar com 15 ou 16 participantes e ser a categoria rainha. Comenta-se que as 1000cc não voltam, mas somente como motos derivadas de produção. Na verdade, as motos da Super Bike vieram com algumas modificações, assim como fizeram com a Moto 2 que virou sensação.
Na etapa da Inglaterra coube a Jules Cluzel o lugar de honra no pódium. Cluzel piloto da finada 250cc foi brilhante e soube aproveitar a oportunidade na hora certa, isso foi na última volta depois de uma corrida movimentadíssima. Na liderança do campeonato permanece Tony Elias que desceu da Moto GP para a Moto 2, e realizou belas performances nas primeiras etapas e nessa foi apenas o décimo. Mas tem uma folga de 15 pontos sobre o japonês Shoya Tomizawa, sexto colocado em Silverstone e segundo no campeonato. Luthi subiu para o terceiro lugar. Simón e Corsi dividem o quarto posto com 51 pontos. Cluzel agora é sétimo. Não perca a próxima etapa na Holanda.
Na Moto GP o vencedor foi Lorenzo e de forma incontestável e indiscutível. Com a ausência de Valentino Rossi o hispânico tem passagem livre para seu primeiro título, devido à tamanha folga que ganhou a corrida da Inglaterra. E aparentemente sem adversários, depois do desempenho de dois dos principais pilotos de ponta: Dany Pedroza, da Honda, e Stoner, da Ducati que tiveram uma performance longe do que esperavam deles. Stoner largou mal e chegou a ocupar a décima segunda posição, mas se achou depois do meio da corrida e ainda chegou em 5º na etapa. Dany chegou a liderar na largada e depois foi perdendo posições para quem chegasse nele. Quem se mostrou acima do normal foi a fera da Super Bike do ano passado, Ben Spys que conseguiu seu primeiro pódium na Moto GP com uma Yamaha de equipe privada - grave esse nome - ele ainda será um dos grandes.
O cirquinho da F1 volta para a Europa neste final de semana, na pista de rua de Valência. Boa parte das equipes veem com atualizações em seus bólidos. A mais esperada é a dos italianos, que apresentarão uma traseira a lá RB6. Mas Renault também quer seguir rumo ao pódium e embalada com o bom desempenho de Kubica. A nova administração da equipe tenta dar a ele um carro capaz de lutar por melhores posições.