Nossa etapa de 2009 deve entrar para a história como a classificação mais longa e também como uma das mais conturbadas. Já a corrida também foi uma das mais desastrosas...
Nossa etapa de 2009 deve entrar para a história como a classificação mais longa e também como uma das mais conturbadas. Já a corrida também foi uma das mais desastrosas para nosso único representante, o que não é novidade para quem acompanha esta coluna, pois havíamos adiantado sobre a sina que o persegue nessa pista, e sobre as atitudes questionáveis da equipe para com ele. Dessa vez ele havia feito a pole e deixado todos muito esperançosos sobre o que poderia fazer na corrida. Na largada foi bem, e conseguiu manter uma pequena vantagem para Webber, não a suficiente. Mas prevaleceu o destino de sempre e depois da primeira parada sua performance foi só caindo. A primeira volta foi de arrepiar, quando aconteceu de tudo na pista e nos boxes. Um dado engraçado foi um mecânico da Brawn, que livrou Kowa da mangueira no box, além do susto de Kimi devido a essa trapalhada. Por falar em Kimi, ele fez uma ótima largada, pulando de quinto para terceiro. Atacava Webber com tudo no final da reta oposta, quando teve seu aerofólio dianteiro danificado. No início da descida do lago foram Trulli e Sutil que se estranharam e acabou sobrando para Alonso, que não tinha nada com o problema. Resumo da ópera: Button ganhou cinco posições depois de tudo e sem ultrapassar ninguém. Ainda no início da prova, quando o safety-car saiu da pista, o penúltimo colocado era Lewis Hamilton e à sua frente vinha Vettel. Lewis acabou no podium e, Vettel, em quarto. Eles foram os grandes nomes da corrida em minha opinião. Eles estavam atrás de Button e terminaram na frente, enquanto o inglês batalhou e penou com os nanicos do grid. O segundo lugar de Kubica foi uma surpresa para todos, inclusive para ele. Por outro lado, ele foi consistente e rápido o suficiente para merecer essa posição. Outro que deve ser citado é Kobayashi, que andou muito bem e duelou com seu compatriota e outros mais, dando um trabalho enorme para Button. Ia bem até ser atropelado por Nakajima, no fim da reta oposta. Essa eu vi de camarote. Kobayashi saia dos boxes e Nakajima entrava na reta oposta, não sei por que o japa da Williams engatou no vácuo do da Toyota, assim que ele saia, e desceu a reta grudado. Ele ficou sem espaço e acabou de fora de maneira perigosa, foi uma salada japonesa no fim da reta. Essa corrida foi movimentada e disputada, mas para nós, brasileiros, foi mais uma decepção. Antes da largada o autódromo era só esperança e um grito só ecoava no ar, Rubinho, Rubinho, Rubinho gritavam quase todos com muita voz. Depois de vinte voltas, o silêncio tomava conta dessas gargantas antes tão eufóricas. E tudo foi pelos ares depois que o nosso piloto foi obrigado a realizar uma inesperada troca de pneus, perdendo assim o último lugar do podium. Nesse momento, o autódromo foi se esvaziando, eram aqueles que já haviam torcido por Rubens em diversas vezes anteriormente, e também por diversas vezes saíram decepcionados da pista. Deve ser complicado para o piloto amargar esse resultado em casa, com sua família participando ativamente de tudo. Para se conformar, ele disse que até está bom, pois disputar o título até aqui, para quem estava praticamente desempregado no início da temporada, fez o ano ser bem positivo. Button foi o campeão e fez uma temporada ótima até chegar o GP da Inglaterra, depois.... Mas como seria sua temporada se ele não copiasse os acertos de Rubinho e táticas no treino? Como a TV mostrou, no momento em que o seu engenheiro perguntou se ele queria um pneu para dar três voltas ou um para apenas uma volta rápida, e ele disse no ar - “Vamos esperar o Rubens para ver”. Nesse mundo do ‘se’, e se na Espanha a equipe não tivesse mudado a tática do inglês, quando Rubinho liderava? E se a sua Brawn não tivesse ficado tantas vezes na largada? Vai ficar a interrogação. Mas Barrichello sabe da verdade, e se conforma. Mas abraçar Ross Brawn depois da corrida para mim foi demais, isso não está no contrato e não era necessário, por mais que Rubens saiba cumprir o acordado. Ross não merecia sua compaixão. Jenson Button campeão de 2009. Na opinião dessa coluna, tem tudo para se tornar outro James Hunt, outro inglês que foi campeão e que nunca foi respeitado por isso. Button foi mais um campeão que não emplacou, campeão somente nos livros e estáticas, pois na pista e no meio ele nunca será considerado como tal. O tempo nos dirá se estamos certos!