Todas as sextas-feiras procuro um assunto para uma crônica de domingo. A verdade é que está cada vez mais difícil encontrar um tema para refletir com o leitor, assunto que interesse. Corrupção, eleições, Copa do Mundo, violência, decadência da família, abusos de menores, incompetência generalizada. Já estamos saturados desses assuntos. Esse tipo de comentário já não interessa mais a ninguém. Escrever sobre o quê?
Há muitas coisas que não sei como explicar. Dou exemplos:
1 – Votar em quem para presidente da República? Em Dilma? Votei uma vez e só tive decepções. Votar no Aécio? Depois que os jornais revelaram a história daquele aeroporto de 14 milhões construído na fazenda do tio dele, fiquei assustado. Votar no Eduardo Campos? Mas quem é esse cidadão? Não sei quem é nem o que faz. Assim sendo, fico com o privilégio que a lei eleitoral me concede, não vou votar.
2 – No mês passado, as notícias publicadas pela IMD foram alarmantes e me cobriram de vergonha. Em sessenta países pesquisados, o Brasil ocupa o 54º lugar. Causas apontadas: corrupção política generalizada, burocracia inoperante, insegurança, ineficiência do Estado, carência de infraestrutura, tecnologia superada e coisas mais das quais não me recordo. “Quousque tandem?” (até quando?), perguntava Cícero.
3 – Neste ano de 2014, o governo deu os seguintes reajustes de salári para trabalhadores, 7,5%; para aposentados, 5,7%. Reajuste para Bolsa Família, 10%. Aumentos são justos, a inflação é uma realidade. O que não consigo compreender é o aumento que é concedido aos aposentados. Quem está sendo beneficiado com essa regressão? Aposentei-me com cinco salários. Hoje recebo menos de dois. Daqui a uns dois anos minha aposentadoria vai cair para um salário. De cinco para um! Como vou viver? Agora, uma perguntinha inocente: os salários de “nossos” representantes políticos são reajustados de quanto por cento?
4 – Outra interrogação de menor importância. Dunga foi escolhido para técnico da Seleção Brasileira. É um novo Felipão. Todo mundo conhece a delicadeza de seu temperamento e sua incompetência. Não seria mais útil fazer uma limpeza na CBF e escolher dirigentes mais capazes e, sobretudo, mais transparentes?
5 – Por que os ladrões, salteadores, estupradores, arruaceiros, assaltantes, golpistas não são retratados de frente para que fossem conhecidos? Só de costas? São protegidos pelos Direitos Humanos? A Constituição defende sua privacidade?
Para terminar, caro leitor, compre o livro “O Nobre Deputado”, de Marlon Reis. Há exemplares à venda na livraria Papel Cartaz, na rua Tristão de Castro. Você vai gostar e... refletir muito.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
