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Jesus africano

Tenho recebido regularmente a revista “Mundo e Missão”, excelente publicação

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 16/02/2014 às 13:07Atualizado em 19/12/2022 às 08:59
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Tenho recebido regularmente a revista “Mundo e Missão”, excelente publicação, não só pela aparência gráfica, mas, sobretudo, pela atualidade dos assuntos ventilados. Fala da expansão e do declínio da mensagem do Cristianismo em todas as nações do mundo.

É de assustar quando se lê que a religião católica, na Europa, declina sensivelmente, justamente onde está localizado seu centro administrativo, o que não deixa de ser sintomático. Por outro lado, é surpreendente o crescimento na África, na Ásia e na América Latina. Tem-se a impressão de que o centro da fé cristã está deixando a Europa que envelhece e se transferindo para ares mais jovens e mais puros.

Cristianismo foi levado aos povos asiáticos, africanos e americanos (Sul e Norte) através dos conquistadores europeus. Seu crescimento foi muito difícil. Os missionários europeus eram culturalmente identificados com os colonizadores europeus. Não era fácil para eles, católicos e protestantes, livrarem-se de sua condição de povo dominante. Os invasores, muitas vezes, usavam de violência, o que fez nascer uma reserva aos pregadores. Por outro lado, os nativos não mereciam a confiança dos evangelizadores. Roma, por exemplo, não permitia que os nativos fossem ordenados sacerdotes. Seria correr um risco. Quando a permissão foi concedida, já era tarde.

Aos poucos, estabeleceu-se um padrão totalmente novo para o Cristianismo. As igrejas nativas foram se multiplicando independentemente da centralização romana. O que está acontecendo na África é o crescimento dessas comunidades independentes. Algumas verdades cristãs tomam formas de expressão bem diferentes. Para algumas dessas igrejas, há duas portas no céu sob um só controle. Quem está no controle é justamente Jesus, só que não é branco. É negro.

As famosas parábolas de Mateus estão sendo adaptadas. Vejam, por exemplo, como contam a parábola das “Dez Virgens” (Mt25, 1): O Reino dos Céus é semelhante a dez donzelas que saíram ao encontro do noivo. Cinco eram negras e cinco eram brancas.  As negras eram inteligentes, as brancas eram debiloides. Quando o noivo chegou, um negro belo e atraente, as jovens negras acenderam suas tochas e foram ao encontro dele. As brancas, que não compraram azeite, se perderam pelo caminho e caíram nas trevas do inferno. De lá ficaram gritando, desesperadas: “Moço belo e bom, tira-nos daqui, queremos nos casar contigo.” E o noivo respondeu: “Não conheço vocês, agora é tarde.”  E fechou as portas para sempre.

Pelo que se vê, ainda continua no inconsciente coletivo da raça negra, o ódio ao branco colonizador, cristão. Franceses, ingleses, holandeses, espanhóis e portugueses, usaram do santo nome de Deus para escravizar os mais fracos.

O Evangelho que está sendo pregado nessas comunidades independentes vem se modificando em seus aspectos secundários. Mas, as raízes, genuinamente cristãs, permanecem, e, aos poucos, vão germinando e o Evangelho vai sendo plantado em “todas as nações da Terra”.

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