O provérbio é antigo. O significado é moderno e generalizado. Estou me referindo à maldade
O provérbio é antigo. O significado é moderno e generalizado. Estou me referindo à maldade humana. Estamos petrificados com a crueldade dos terroristas muçulmanos. E nós, os civilizados, somos uns “bonzinhos”? Volto alguns anos atrás. Por pressão do capitalismo inglês, declaramos guerra ao Paraguai. Leia o que fizemos com aquele pov
O exército brasileiro entrou na Capital do Paraguai, Assunção, no dia 5 de janeiro de 1868. Para Caxias, a guerra estava terminada. Dignamente, negou-se a continuar o que não seria mais uma guerra, mas uma caçada inglória. Foi substituído no comando pelo vaidoso conde d’Eu, genro de Dom Pedro II. Coube a ele cumprir uma missão sádica, uma guerra de extermínio. Ficou famosa a batalha de Acosta Nhu. A selvageria foi tanta que os nossos manuais de História nem sequer tocam no assunto. De um lado, o Paraguai com 3.500 soldados de nove a quinze anos. Junto a eles apenas 500 soldados veteranos comandados pelo general Bernardino Caballero. Do outro lado, o Brasil com 20 mil homens. Os paraguaios sofreram ataques dos brasileiros dos quatro lados. A batalha durou um dia. As crianças paraguaias agarravam-se às pernas dos soldados brasileiros, chorando, pedindo que não as matassem. Eram degoladas sem piedade. As mães dessas crianças, nas macegas ao redor, acompanhavam a luta. O frio Conde d’Eu mandou que fossem incendiadas aquelas macegas. As mulheres paraguaias foram queimadas vivas. No dia 1º de janeiro de 1870, cercados, Solano Lopes, presidente do Paraguai, chamado pelo povo de “El gran Mariscal” e cem combatentes não puderam mais resistir. Solano Lopes avança com seu cavalo por entre os soldados brasileiros, gritand “Muero con mi pátria”. O lanceiro Chico Diabo perfura seu ventre, outro acerta-lhe a testa com um golpe de sabre. General Câmara ordena-lhe que se renda. Solano nega-se e leva um tiro pelas costas. O tenente Genésio Gonçalves Fraga corta-lhe uma orelha. Outro soldado corta-lhe um dedo como “souvenir”. Um terceiro arranca-lhe o couro cabeludo. Ainda um outro quebra-lhe os dentes com uma coronhada. É cuspido e chutado pelos soldados.
Nessa guerra de extermínio, foram mortos mais de 90% dos adultos do Paraguai. Um verdadeiro genocídio. Restaram no Paraguai apenas 194 mil habitantes de uma população de um milhão de pessoas. Desses, 14 mil eram homens e 180 eram mulheres. Desses 14 mil homens, 70% eram crianças de menos de dez anos.
Antes da guerra, Solano Lopes escrevera uma carta a seu filho que estudava na Europa: “Meu querido filho, seja sempre temente a Deus. Sem Deus nada somos”
Sem comentários.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro