Palmilhemos, com calma, as 367 páginas das Poesias de Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, que contêm os livros poéticos publicados, desde Panóplias, Via Láctea, Sarças de Fogo, Alma Inquieta, As Viagens, O Caçador de Esmeraldas e Tarde, nos quais estão distribuídos três sonetos e um poema em três sextilhas em belos versos alexandrinos, que enfocam a reencarnação. A pouco e pouco, transcreveremos as peças poéticas, de conteúdo claramente reencarnatório, mas por hoje vejamos algo em traços breves, sobre sua vida e obra.
Bilac nasceu e desencarnou no Rio de Janeiro, respectivamente, a 16 de dezembro de 1865 e 18 de dezembro de 1918, filho de um cirurgião do Exército que se tornou seu inimigo, depois que o poeta abandonou o curso de Medicina, que vinha fazendo, com brilhantismo. Dona Delfina de Paula, sua genitora, só poderia ver o filho, de longe, através de uma janela, já que ele estava proibido de transpor os umbrais da casa paterna.
Publicou os seus primeiros versos, em 1883, tendo compartilhado uma vida de pobreza, com Coelho Neto (1864-1934), com quem escreveu livros infantis, em parceria, de onde obtinham pequena fonte de renda. Chegou a ser ouvinte da Faculdade de Direito de São Paulo, tendo ficado noivo, por pouco tempo, com Amélia, irmã de Alberto de Oliveira (1857-1937), outro grande poeta parnasiano. Fez várias viagens à Europa e a outros países sul-americanos, tendo sido preso por mais de uma vez, por motivos políticos.
Viagem a Minas, onde se tornou amigo de Afonso Arinos (1905-1990), chegando a duelar com Pardal Mallet (1864-1894). Foi Secretário do prefeito e do governador do Rio. Em 1915, deu início às campanhas pela Educação e pelo Serviço Militar obrigatório. Em 1917, várias viagens pelo Brasil, em campanhas cívicas, até que veio a falecer, com 53 anos, por insuficiência cardíaca e edema pulmonar.
Deixou mais os seguintes livros, Poesias Infantis, Crítica e Fantasia, Conferências Literárias, Últimas Conferências e Discursos e Ironia e Piedade.
Em colaboração, escreveu excelentes livros, adotados no meu tempo de criança, nas escolas particulares e estaduais, dentre outros, Contos Pátrios, Livro de Leitura, Teatro Infantil, A Pátria Brasileira, Tratado de Versificação, Livro de Composição e Através do Brasil.
Já sem espaço, como se vê, a transcrição das primeiras peças poéticas ficará para os próximos artigos.
(*) clínico geral e psiquiatra