Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde traz boas notícias, mas número ainda preocupa porque cerca de 6,7% da população ainda consomem bebida alcoólica ao volante
No dia 19 de junho, a Lei Seca completou dez anos de Brasil. Neste mesmo dia em 2008 foi sancionada a Lei 1.705 que é conhecida pelo seu rigor no que diz respeito ao consumo de álcool por motoristas. Ela foi aprovada com o intuito de diminuir os acidentes de trânsito causados por condutores alcoolizados. Além de proibir qualquer consumo de álcool, essa lei também proíbe a venda de bebidas alcoólicas ao longo de rodovias federais. Mas mesmo após a proibição de associar álcool e direção, para muitos brasileiros beber e dirigir ainda é uma prática.
PESQUISA
O Sobre Rodas vai publicar as principais informações da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país. O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2017 com 53.034 pessoas maiores de 18 anos. Esta matéria foi publicada no site da EBC - Empresa Brasil de Comunicação.
Mesmo com a queda de 13% do número de acidentes no Brasil em 2017 em relação a 2016, houve resultados alarmantes porque foram registrados 37.345 óbitos e 181.021 internações que custaram R$ 260 milhões aos cofres do Governo
AUMENTOU
A pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que diversas vitórias foram conquistadas e a mais importante delas foi a diminuição em 39% no número de vítimas mortas no trânsito. Dez anos após a chegada da Lei Seca, um dado chama a atençã de 2011 a 2017, a frequência de adultos que conduzem veículos motorizados após terem ingerido qualquer tipo de bebida alcoólica aumentou 16% em todo o país.
MAIS HOMENS
Realizada em 27 cidades, cerca de 6,7% da população adulta disseram conduzir veículo motorizado após consumo de bebida alcoólica. Os homens (11,7%) continuam assumindo mais essa infração do que as mulheres (2,5%). Estes números indicam que os homens continuam a se arriscar mais do que as mulheres e que a imprudência é a tônica do motorista alcoolizado sem um mínimo de preocupação com os acidentes que podem matar ou causar graves sequelas em outras pessoas.
PIOR NOS ADULTOS
Entre aqueles que disseram já ter dirigido sob efeito de álcool, a maioria foi observada entre os adultos de 25 a 34 anos (10,8%), e com maior escolaridade, chegando a 11,2% entre aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A capital com menor frequência desse comportamento foi Recife (2,9%), e a maior foi Palmas (16,1%). Com relação ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, a prevalência sofreu alta de 11,5% entre 2006 (15,7%) e 2017 (19,1%). Observando por sexo, o aumento foi encontrado apenas entre as mulheres, subindo de 7,8% em 2006 para 12,2% em 2017.
Entre os homens houve estabilidade no período, mas eles continuam tendo maior prevalência que as mulheres, com 27,1% em 2017. A Vigitel 2017 considera consumo abusivo a ingestão de quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas para mulheres, ou cinco ou mais doses para homens, em uma mesma ocasião dentro dos últimos 30 dias.
OS ACIDENTES
Finalmente, ainda segundo a pesquisa do Ministério da Saúde, utilizando os dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), os números apontam que 32.615 pessoas morreram devido a acidentes de trânsito em 2017. O número representa queda de mais de 13% em relação à 2016, quando foram registrados 37.345 óbitos. Por outro lado, para o leitor ter uma ideia, ainda em 2017, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) foram registradas 181.021 internações devido aos acidentes de trânsito. Os procedimentos custaram aproximadamente, aos cofres do Governo, R$ 260 milhões.
Especialistas entendem que é preciso mais investimento em mídia para a reflexão das pessoas já que boa parte dos acidentes foi provocada por pessoas que tinham formação e conheciam amplamente os perigos de uma rodovia